
O que será da Apple sem Steve Jobs?
A resposta começa a surgir a partir dessa quinta-feira, 24, quando pela primeira vez em 14 anos a empresa de Cupertino (Califórnia, EUA), estará sem a batuta do CEO de 56 anos, que anunciou sua saída do cargo nessa quarta-feira, 23.
Segundo a imprensa, os motivos não foram revelados.
Jobs sai, no entanto, cerca de oito meses depois de entrar em licença médica. De acordo com o próprio guru-Apple, a renúncia já estava prevista:
“Sempre disse que, se chegasse o dia em que não poderia mais cumprir meus deveres e expectativas, eu seria o primeiro a avisá-los”, disse Jobs em comunicado (leia abaixo) à diretoria da Apple.
Renunciado o cargo, vêm as dúvidas quanto à saúde – do próprio Jobs e da empresa.
Saúde de Jobs
Desde 2004, foram duas situações médicas sérias – uma forma rara de câncer no pâncreas, descoberta há sete anos, e um transplante de fígado, a que foi submetido em 2009.
Acompanha o histórico médico do ex-CEO a magreza evidente em suas aparições públicas.
Apesar de estar de licença desde o início de janeiro, o executivo continuava envolvido nos últimos meses na empresa e na estratégia de desenvolvimento de produtos, segundo o "Wall Street Journal".
A nova versão do iPad, por exemplo, deve chegar às lojas nos próximos meses, assim como o mais recente iPhone, ambos com um toque de Jobs.
Saúde da Apple
Jobs afirmou que pretende continuar como empregado, diretor e presidente do conselho da Apple.
A presidência, no entanto, será assumida por Tim Cook, 50, que o substitui desde janeiro. Cook está na empresa desde 1998 e foi o responsável por transformar a cadeia de fornecedores da Apple, tornando-a mais eficiente.
Cook assume uma empresa forte no mercado de ações.
No dia 10 de agosto, a Apple chegou a US$ 341,5 bilhões e bateu o valor da Exxon (US$ 341,4 bilhões) apesar da companhia ter receitas quatro vezes menor do que as da petroleira. O desempenho conferiu à empresa o título de maior do mundo.
Apesar de estar em “boas mãos”, e do histórico recente de sucesso, as ações da Apple já fecharam na quarta com alta de 0,69%, mas o anúncio da saída de Jobs foi feito após o fechamento nos EUA.
No "after market", os papéis chegaram a cair 7%, segundo o jornal Folha de S. Paulo.