Versão do Norton para Windows 95. Foto: flickr.com/photos/lrosa
A Symantec, empresa que inventou os softwares antivírus comerciais para proteger os computadores há 25 anos, agora diz que esses produtos estão condenados ao fracasso.
Brian Dye, vice-presidente sênior da Symantec para segurança da informação, declarou que o “antivírus está morto", e que a empresa “não pensa em antivírus como uma máquina de fazer dinheiro", divulgou o Wall Street Journal.
Os produtos antivírus têm o objetivo de impedir que hackers de entrem em um computador, mas ultimamente eles têm obtido o de qualquer maneira.
Por isso, Dye está liderando um projeto de reinvenção da Symantec, que reflete uma mudança mais ampla na indústria de segurança cibernética, que movimenta US$ 70 milhões por ano.
Ao invés de lutar para manter os hackers para fora, as novas tecnologias de uma série de empresas antecipam que eles irão invadir as redes e se focam em identificá-los e minimizar os danos.
Um exemplo é a fabricante de equipamentos de rede Juniper Networks, que quer que seus clientes coloquem dados falsos nos seus firewalls para distrair hackers.
Enquando isso, a Shape Security, startup do Vale do Silício, assume que os hackers roubam senhas e números de cartão de crédito e busca tornar difícil o uso das informações furtadas.
A Symantec pretende se juntar a esse grupo nesta semana. Ela está criando sua própria equipe de resposta para ajudar empresas hackeadas.
Dentro de seis meses a empresa planeja vender informes de inteligência sobre ameaças específicas, para que os clientes possam não só saber que estão sendo hackeados, mas também saber os motivos.
A Symantec também está desenvolvendo uma tecnologia para olhar para o software malicioso mais avançado dentro de uma rede, que imita ofertas de seus rivais.
A empresa precisa de uma reviravolta. A receita caiu nos últimos dois trimestres de 2013, embora o lucro tenha crescido por causa de cortes nos custos.
A companhia prevê receita de US$ 1,62 a US$ 1,66 milhão para o primeiro trimestre de 2014, uma queda de pelo menos 5% em relação ao ano anterior.
Em março, a Symantec demitiu o CEO Steve Bennett. Essa foi a segunda vez em dois anos que a companhia mandou um CEO embora.
No Brasil, a empresa também fez recentes mudanças na diretoria.
Moreno Goes, diretor de vendas para a área de governo e educacional, e a diretora de vendas para grandes contas em São Paulo, Marcia Nakahara, deixaram a companhia no final de março.
Wagner Tadeu, executivo que assumiu o comando da Symantec no Brasil em julho de 2013, saiu da empresa antes do final do ano. O novo presidente é Sérgio Chaia, ex-CEO da Nextel.
Fabiano Tricarico, vice-presidente da área de consumo da companhia, responsável pelas vendas do antivírus Norton, foi para a concorrente McAfee.
Douglas Wallace, diretor de vendas via canais na América Latina, também deixou de integrar a equipe da Symantec na região.
As mudanças chegaram até o Sul, onde Paulo Irgang, gerente de contas responsável pelos mercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná saiu da empresa.
Irgang, hoje gerente de Vendas de Strategic Outsourcing na IBM, foi substituído por João Fossa, ex-gerente regional de vendas da Software AG para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.