
Previsão é que os negócios que mais devem chamar a atenção são os ligados à tecnologia. Foto: Depositphotos
Os investimentos em setores ligados à tecnologia e ao consumo doméstico são os que mais devem bombar em 2024.
Conforme especialistas consultados pelo Estadão, a queda de juros no Brasil e a possibilidade de um início de cortes nas taxas americanas pode fazer o dinheiro voltar para os aportes.
A expectativa é que os juros americanos comecem a cair e que a taxa básica de juros (Selic) chegue no final do ano entre 10% e 8% — diferente dos 13,75% registrados no primeiro semestre de 2023.
No ano ado, os investidores preferiram a estabilidade dos títulos públicos, como os emitidos pelo governo americano, do que a aplicação de recursos em empresas.
Com a recuperação, os negócios que mais devem chamar a atenção são os ligados à tecnologia, especialmente soluções para melhorar a produtividade, agronegócio e saúde.
“Empresas na área de agricultura que promovam tecnificação para ajudar pequenos e médios produtores a fazer uma melhor gestão do plantio, que os auxiliem a serem mais preditivos diante das mudanças climáticas estão no nosso foco”, revelou Luiz Felipe Cruz, sócio do Pátria Investimentos, ao Estadão.
Outro tipo de aplicação procurada na área é a de identificação.
“Aplicativos que ajudem a provar que você é você mesmo. Ou que o conteúdo que você está vendo é real ou é fake. Nessa escalada de golpes com inteligência artificial, isso é mais do que necessário”, acrescenta Cruz.
O novo ano também deve trazer uma consolidação das empresas de tecnologia que atuam no setor financeiro, com a junção entre bancos digitais ou a verticalização de serviços, como seguros e saúde.
Em relação ao consumo doméstico, os atacarejos, os supermercados regionais e os que atuam em atendimento a poucos bairros devem ar por uma expansão.
Piero Minardi, diretor da Warburg Pincus e presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), também aposta na expansão de empresas de educação com foco em ensino básico e fundamental e em varejo especializado, como pet, farmacêutico e de luxo.
Outro setor que pode ser impactado é o de infraestrutura. Marcelo Souza, sócio e diretor do setor de energia do Pátria Investimentos, afirma que a área é muito carente e que empresas de energia, de tratamento de resíduos e lixo e torres de 5G e data centers devem ser aceleradas.