
Paulo Castro, CEO global do Terra. Foto: Divulgação.
O Terra encerrou suas operações editoriais em Porto Alegre e fechou totalmente seus escritórios no Rio de Janeiro e em Brasília. A empresa vai focar sua atuação na área de marketing, serviços digitais e mobile VAS.
Em comunicado oficial, a empresa relata que se preparou e focou para uma comercialização publicitária mais segmentada através de ferramentas programáticas com o lançamento do Novo Terra, no ano ado.
Agora, o CEO global do Terra, Paulo Castro, relatou ao Meio&Mensagem que a empresa deve direcionar mais esforços para soluções automatizadas.
“Vamos investir no programático, ligado às redes locais ou globais de real time bidding e na venda automática de inventário, que cresceu bastante, apesar de o restante da publicidade ter caído”, explica.
Castro afirma que a receita publicitária da empresa corresponde hoje a menos de 20% do negócio e nunca esteve acima de 30%. A maior parte da receita vem de serviços – como e-learning e antivírus.
O comunicado oficial da empresa reforça a continuidade dessas operações, citando as áreas de mobile VAS e digital service como responsáveis por mais de 80% da receita da empresa.
Para o segmento dessas áreas de atuação, os escritórios de São Paulo, Miami e Cidade do México permanecem em atividade.
Em termos de conteúdo, o Terra diz que vai priorizar as parcerias, sejam locais, correspondentes ou outros produtores de conteúdo.
“Vamos trabalhar com esse modelo que hoje é vigente na internet e se provou um sucesso. Temos a Editora Três como parceira desde 1999, o portal e jornal Lance está com a gente há muito tempo, e outros verticalizados, como por exemplo o portal Waves e a Fluir, na área de surf.”, explica Paulo.
A empresa segue com uma redação em São Paulo, mas com tamanho 80% menor. Entre funcionários dispensados ao longo da semana, circulou a notícia de um corte de 150 pessoas na área editorial, de publicidade e de tecnologia.
Na área de jornalismo, o portal Imprensa afirma que somente oito profissionais devem permanecer no Terra. Com perfil multimídia, eles serão responsáveis por abastecer o site com notícias e conteúdos de parceiros.
O movimento acompanha os números de audiência do portal, que ficam atrás de outros sites de notícias. Dados da ComScore sobre 2014 mostram que o Terra contou com uma média de 8,6 milhões de visitantes por dia no ano ado. O portal ficou atrás do UOL, com 14,7 milhões; do Globo.com, com 12,9 milhões; do R7 e do Yahoo.
As demissões ocorrem um ano depois de outro grande movimento na empresa, que realizou uma série de demissões em Porto Alegre e São Paulo. Na época, fontes do Baguete informaram que haviam sido feitos 140 cortes, 60 deles na área editorial.
Segundo o Meio&Mensagem, os investimentos no projeto Novo Terra e a falta de retorno em audiência e venda de mídia teriam direcionado a reestruturação.
No entanto, Castro afirmou hoje ao Meio&Mensagem que a empresa correu um risco ao investir em conteúdo quando o mercado se direcionava para serviços.
“O Novo Terra foi uma aposta que deu certo, pois os cards trabalham muito bem com segmentação, com relevância, associados à publicidade programática, que será nossa linha agora”, afirma o executivo.