
Jobs nega rastreamento no iPhone e aponta para o Android como adotando a prática
A novela do rastreamento nas plataformas móveis teve novos desdobramentos nessa semana, com pesquisadores afirmando que o iOS, plataforma para portáteis da Apple, rastreia os usuários mesmo quando o recurso está desativado.
Steve Jobs, CEO licenciado da empresa, nega tudo.
Teste realizado pelo Wall Street Journal (WSJ) aponta que, mesmo quando o recurso de tracking está desativado, o iPhone, um dos aparelhos com a plataforma, seguiu atualizando as informações de localização.
O teste do WSJ foi realizado com a ajuda de um especialista em segurança. O jornal desabilitou os serviços e verificou o que era capturado pelo aparelho, movendo o iPhone por diferentes locais. Depois de algumas horas, o arquivo mostrava todos os pntos por onde havia ado.
A publicação ressalta, no entanto, que os resultados nem sempre foram precisos, com diferença de quilômetros de distância em alguns casos.
É tudo mentira
Questionado por um cliente da Apple, Steve Jobs teria enviado um e-mail do próprio iPhone, negando tudo.
“Talvez você possa esclarecer isso para mim antes que eu troque para o Android. Eles não me rastreiam”, teria dito o leitor do MacRumor, em mensagem a Jobs. “Sim, eles (Google) rastreiam. Nós (Apple) não rastreamos ninguém. A informação que está circulando é falsa”, seria a resposta do CEO.
Defender o iPhone, e o iPad, é uma questão de mercado.
Números da Apple para o segundo trimestre fiscal de 2011 indicam que metade da receita recorde de US$ 24,67 bilhões foi gerada pelos iPhones, que tiveram 18,6 milhões de unidades vendidas.
Entre os iPads, os números também são promissores, com 113% de aumento sobre o mesmo período no ano anterior, chegando à receita de US$ 2,8 milhões, com a venda de 4,69 milhões de unidades. Os dois aparelhos rodam o iOS 4.
Em manifestação oficial sobre o assunto, logo após o início da polêmica, o Google declarou ao WSJ que o Android tem a opção de rastreamento ativa por padrão, mas que usuários podem desabilitá-la.
Sem escapatória
Tudo começou quando dois pesquisadores, Alasdair Allan e Pete Warden, afirmaram ao jornal britânico The Guardian que o rastreamento feito pelos aparelhos da Apple criaria uma relação de todos os lugares onde o dispositivo já esteve.
Um arquivo com o regsitro é mantido no próprio aparelho e copiado para o computador e para um novo iPhone ou iPad quando ele for sincronizado, retendo os dados armazenados pelo dispositivo anterior.
O sistema de coleta teria começado em junho de 2010, segundo os pesquisadores.
Conforme o The Guardian, a dupla criou um aplicativo para o MacOS X que encontra o arquivo e cria um mapa com os pontos mostrando onde o usuário esteve, de acordo com os dados reunidos pelo iPhone.
Para calcular as coordenadas de latitude e longitude armazenadas, são usados dados das torres de comunicação da operadora – uma referência que é, às vezes, menos precisa que o GPS do aparelho, como mostraram os testes do WSJ.
Participação no mercado
Desde que o caso do rastreamento começou, na última quarta-feira, dia 20, apenas Google e Apple foram citados. Outras plataformas, como Symbian (Nokia), Blackberry (RIM) e Windows Mobile (Microsoft) não foram envolvidas, nem se manifestaram.
Dados da Gartner para o ano de 2010 indicam que o Android é o segundo sistema operacional mais utilizado no mundo, com 22,7% de participação, quase seis vezes o resultado obtido no ano anterior.
O iOS é o quarto colocado, com 15,7% de participação - alta de 1,3 ponto percentual na comparação com 2009.
Symbian segue na ponta, com 37,6%, contra 46,9% no ano anterior. A RIM, do Blackberry, é a terceira colocada, com 16% de market share no mercado de smartphones no ano ado.
Leia a matéria do Wall Street Journal e o post do MacRumors (ambos em inglês) nos links relacionados abaixo.