TI: a nova aliada da PF 6z1630

Com o objetivo de mapear e combater 50% das ações de phishing bancário em 2010 e chegar a 90% em 2011, a Polícia Federal aposta na TI como aliada para combater as fraudes eletrônicas, através da adoção de um sistema de análise de inteligência que cruza informações. t6m1l

06 de abril de 2010 - 14:45
Delegado de Repressão de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral.

Delegado de Repressão de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral.

Com o objetivo de mapear e combater 50% das ações de phishing bancário em 2010 e chegar a 90% em 2011, a Polícia Federal aposta na TI como aliada para combater as fraudes eletrônicas, através da adoção de um sistema de análise de inteligência que cruza informações.

Foi o que revelou o delegado de Repressão de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral, durante o 3º Fórum de TI Banrisul – Segurança nos meios de pagamento, que se encerra nesta terça-feira, 06, em Porto Alegre.

Fornecido pela I2 Technologies, o programa envolve a integração de dados da própria polícia e também da Caixa Econômica Federal, que assinou um acordo técnico com a PF para troca de informações sobre fraudes eletrônicas.

Além disso, a partir de uma reunião realizada com a Febrabran – Federação Brasileira de Bancos em dezembro ado, a PF tem se reunido mensalmente com outros bancos interessados em aderir ao sistema.

A base de dados está sendo remodelada para receber informações das demais instituições financeiras que aderirem ao programa, e o objetivo é que dentro de no máximo três meses seja possível efetuar o cruzamento dos dados advindos dos outros bancos.

“É importante ampliar as informações que recebemos sobre fraudes, visto que não existe quadrilha especializada em banco ‘A’ ou ‘B’. O modelo que tínhamos de investigação era totalmente ineficaz, contávamos com a sorte. Hoje contamos com a informação”, enfatiza o profissional.

De acordo com Sobral, a investigação era instaurada a partir de poucas informações da vítima e na maioria das vezes o criminoso estava a quilômetros de distância, enquanto que hoje, com o sistema, é possível identificar de onde parte a ação criminosa e planejar a ação global ao invés de agir de forma isolada.

O delegado não detalha o valor da implementação, mas informa tratar-se de um projeto da Cintepol - Centro Integrado de Inteligência Policial e Análise Estratégica.

“É um sistema caríssimo, investimos milhões de reais em hardware e também em software, mas há um ganho de qualidade muito grande no combate à fraude bancária e vários outros delitos. Só com muita informação é possível uma investigação, e sem base para gerar os dados, não é possível combater o crime”, declara Sobral.

A tecnologia inglesa, que começou a ser desenvolvida em 2007 e entrou em operação no Brasil ano ado, foi adquirida a partir de um estudo em parceria com o governo francês. De acordo com Sobral, o Brasil é um dos principais países que utiliza a TI para prática de crimes, porém não costuma fazer uso desse mesmo recurso combater tais delitos.

Os crimes de invasão a sistemas serão combatidos por meio do projeto Oráculo, que conta com o apoio do Centro de Tratamento de Incidentes de Segurança em Redes de Computadores da istração Pública Federal (CTIR).

“A meta é parar de trabalhar com a investigação dita de papel e usar sistemas de inteligência. Usávamos a mesma base de dados desde 2005. A informação eletronicamente disponível permite reduzir o tempo de investigação e planejar ações”, avalia o delegado.


Segundo Sobral, as casas bancárias investem mais de R$ 1 bilhão em prevenção à fraudes, o que reforça a necessidade de melhorar a inteligência da PF e punir os fraudadores.

Em relação à preparação dos clientes dos bancos na utilização dos serviços, o delegado enfatiza que a vítima não pode sair desse papel e ar a ser vista como culpada. “As pessoas recebem e-mails, fotos, navegam na internet. Não podemos lhe tirar esse direito, estipulando faça ‘isso’ ou ‘aquilo’. Cabe ao estado melhorar seu trabalho, identificando e responsabilizando os criminosos”, conclui.