
"Bem que quer, mal me quer". Foto: Depositphotos.
A Totvs não quer, pelo menos por enquanto, comprar a Linx, maior empresa de software de gestão para o varejo atualmente em processo de venda pela Stone, empresa de pagamentos que comprou o negócio em 2020.
A revelação é do Brazil Journal, segundo o qual até agora 20 potenciais compradores am acordos de confidencialidade para avaliar uma possível compra da Linx.
A lista inclui outras empresas de software, os chamados “players estratégicos”, e fundos de investimentos, os chamados “players financeiros”.
A Totvs não se manifestou até agora, o que é surpreendente, tendo em conta que a gigante brasileira de ERP disputou a Linx ferozmente com a Stone ao longo de um ano.
Segundo o Brazil Journal, nada impede que a Totvs entre mais adiante no processo.
Na sua proposta de venda para os interessados (o famoso pitchbook) a Stone coloca um preço de R$ 4,5 bilhões na Linx para começar a negociação, o equivalente a 15 vezes o EBITDA projetado da empresa para este ano.
Ainda de acordo com o Brazil Journal, a Linx já recebeu uma proposta de 12 vezes o EBITDA no ano ado, mas não quis vender.
(Uma explicação plausível para a Totvs não estar participando da disputa agora seria ela ter sido a autora dessa proposta em 2023).
Vale lembrar que a Stone pagou R$ 6 bilhões pela Linx em 2020, 90% dos quais em dinheiro.
Na época da briga com a Stone, a melhor oferta da Totvs foi de R$ 6,1 bilhões em dinheiro e ações, resultando numa nova Totvs no qual os atuais acionistas da Linx teriam 24%.
Na avaliação do Brazil Journal, a pedida de 15 vezes o EBITDA é uma barbada, tendo em conta que empresas similares costumam ser vendidas por valores de entre 20 e 30 vezes.
A Stone decidiu vender a Linx depois de descobrir que a integração do negócio de software de gestão com a sua operação de serviços financeiros era mais complexa do que se imaginava.
Hoje, as duas empresas têm apenas uma integração de backoffice, mas na parte deatendimentos, vendas e sistemas, nada foi feito.
Vale lembrar que ao longo da história, a Linx fez para lá de 20 aquisições, indo de tudo, desde software para gestão de postos de gasolina até soluções de e-commerce, ando por todo tipo de verticais do varejo, o que coloca uma camada adicional de complexidade em uma integração.