
Totvs e B3 colocaram um novo player no mercado. Foto: Pexels.
A Totvs fez um spin off da sua operação de soluções de gestão para o segmento de serviços financeiros, formando uma nova empresa, na qual a bolsa de valores B3 terá uma participação minoritária.
A B3 comprou 37,5% da nova TFS por R$ 600 milhões, o que avalia a empresa em R$ 1,6 bilhão.
A área que está saindo da Totvs tem um time de 400 pessoas e receita líquida de aproximadamente R$ 140 milhões no ano de 2020.
Em nota, a Totvs afirma que o objetivo é que a TFS seja "a principal opção de tecnologia B2B para o setor financeiro".
A nova companhia terá total autonomia e foco no efervescente segmento de tecnologias B2B para o mercado financeiro e de fintechs, sob o comando de Denis Piovezan, ex-vice-presidente da Linx.
Piovezan foi contratado pela Linx em 2017 como o diretor executivo responsável por estruturar a divisão de meios de pagamento da Linx, sendo promovido em 2019 para VP da empresa, além de responder pelo Linx Pay Hub, operação de fintech que era considerada a galinha dos ovos de ouro na Linx.
O executivo fez carreira no setor financeiro, tendo ado por cargos em nível de diretoria na área no Banco Ibi, Walmart, Losango e Grupo Losango.
Piovezan é a primeira saída de alto perfil da Linx depois da empresa ser adquirida pela Stone por R$ 6,8 bilhões no ano ado, após uma dura disputa com a Totvs.
A nova empresa é uma resposta tanto de Totvs quanto B3 ao aquecimento do mercado de tecnologia financeira no país, alavancado pelo novo ecossistema do open banking e serviços de sucesso como o Pix, do Banco Central.
As ações da B3 acumulam queda neste ano, em meio à entrada de novos concorrentes no mercado de compra e venda de ações e a redução do volume da bolsa brasileira.
Fontes ouvidas pelo Valor Econômico falam que o novo negócio é uma tentativa da B3 de entrar em novos mercados, mostrando que está se movimentando, ao mesmo tempo em que faz isso com um parceiro com conhecimento na área de software.
Já para a Totvs, o movimento parece ser um reconhecimento que a empresa não pode ter um negócio fintech (ou techfin, como a empresa gosta de dizer) e ser um fornecedor para seus concorrentes no mercado.
A Totvs entrou pesado nessa área em outubro de 2019, quando fechou a compra da Supplier, uma empresa especializada em intermediação de operações de crédito entre clientes e fornecedores, por R$ 455,2 milhões.
A aquisição foi precedida pela criação no final da fintech Totvs, que tem parceria com a Rede, a credenciadora de cartões do Itaú, e oferece meios de pagamento e antecipação de recebíveis a seus clientes do varejo.
Com uma receita líquida de R$ 2,59 bilhões em 2020, uma alta de 13,8%, a gigante de ERP brasileira teve no ano ado o seu melhor resultado em mais de uma década, ficando atrás só dos 15,6% obtidos em 2009.