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A Justiça Eleitoral está avaliando a possível suspensão do Telegram no Brasil para combater a disseminação de notícias falsas.
Em dezembro, o ministro Luís Roberto Barroso notificou o Telegram para discutir possíveis formas de cooperação sobre o combate à desinformação, mas até o momento não obteve resposta.
A companhia não possui representante no Brasil e sua sede fica nos Emirados Árabes.
Segundo a reportagem da Veja, a empresa está sem expediente e "até o carteiro não foi atendido por ninguém".
A falta de resposta não chega a ser uma surpresa, constituindo o procedimento padrão do aplicativo de mensagens no contato com autoridades de outros países.
De acordo com a Veja, a Justiça Eleitoral está avaliando determinar uma suspensão enquanto o Telegram não tiver uma representação no país.
Na prática, seria um bloqueio permanente, porque o Telegram não tem representação em nenhum país, um procedimento deliberado para não colaborar com as autoridades, ao contrário de outras grandes redes como WhatsApp e Facebook.
O Telegram foi criado pelos irmãos russos Pavel Durov e Nikolai Durov e permite até 200 mil pessoas em grupos e canais sem limite de participantes.
O aplicativo é conhecido como “terra sem lei” e está presente em 53% dos smartphones em funcionamento no Brasil.
A movimentação da Justiça Eleitoral acontece em meio a uma migração dos principais canais de conteúdo bolsonarista para o Telegram.
Segundo especialistas ouvidos pelo Globo, há possibilidade técnica para impedir o funcionamento do aplicativo retirando das lojas da Apple e do Google ou com operadoras de telefonia impedindo o tráfego entre os celulares e computadores no país.