Ufrgs aprova parque tecnológico 1b5o5f

Com rejeição das principais emendas formuladas pelos opositores ao projeto, o Conselho Universitário da Ufrgs aprovou nesta sexta-feira, 09, o parecer 406/10, relativo ao projeto de criação do parque tecnológico da universidade federal. Apenas três componentes do órgão, formado por 77 membros – 63 destes professores, sete universitários e outros sete funcionários – deram voto contrário à aprovação. 542c3c

09 de abril de 2010 - 15:59
Ufrgs aprova parque tecnológico

Com rejeição das principais emendas formuladas pelos opositores ao projeto, o Conselho Universitário da Ufrgs aprovou nesta sexta-feira, 09, o parecer 406/10, relativo ao projeto de criação do parque tecnológico da universidade federal.

Apenas três componentes do órgão, formado por 77 membros – 63 destes professores, sete universitários e outros sete funcionários – deram voto contrário à aprovação.

Quanto às emendas ao parecer, o conselho acatou a que determina que sempre que houver referência no regimento do parque à palavra “empresa” ou “companhia”, esta seja seguida do termo “ou outras organizações da sociedade civil”.

Outra sugestão aceita foi a que acrescenta aos objetivos do parque o “estímulo ao desenvolvimento das tecnologias limpas e renováveis”, proposta que, segundo o relator da reunião “parece ser a menos desprezível”.

Entre as propostas rejeitadas, de autoria de estudantes opositores aos termos do projeto ligados à antiga gestão do DCE e membros de sindicatos, estão a que inclui o termo “setor improdutivo” entre os beneficiados do parque e a que propõe a criação de uma comissão para debater o regimento.

O parque tecnológico da Ufrgs, projetado nos mesmos moldes dos implementado nas universidades federais do Rio de Janeiro e Minas Gerais, irá abrigar empresas voltadas ao setores de agronegócio e de TI.

Os conselheiros que presidiram a sessão informaram que o regimento já está com a CLR – Comissão de Legislação e Regimentos, instituída pelo próprio Consun, e que esta irá discutir e avaliar a metodologia e eventuais colaborações.

Votação confusa
Durante a votação no Campus Central da Ufrgs houve a pronunciamento de cerca de 25 membros do conselho. A sessão foi marcada em grande pela confusão sobre o que, afinal, estava sendo votado.

Os participantes divergiram inclusive sobre o que deveria ser discutido, com estudantes argumentando que eram contra os termos propostos e não o parque em si e professores retrucando que os termos poderiam ser discutidos posteriormente.

“As emendas são uma forma de assegurar que determinados elementos sejam colocados no regimento, que até então privilegia setores excludentes da sociedade e não os excluídos”, argumentou o universitário Marcus Rocha.

Manifestação
A confusão no lado de dentro da sala era acompanhada por outra do lado de fora, onde estudantes, militantes de sindicatos e movimentos ligados ao campo protestavam em meio a faixas afirmando “não à privatização do conhecimento, contra esse parque tecnológico”.

Uma minoria assistiu à sessão, que podia ser acompanhada por um telão instalado no salão de atos da reitoria. O restante se aglomerou do lado de fora, em meio estudantes portando tambores e uma animada roda de capoeira ao estilo Angola.

“Acho que não discutimos o suficiente, mas vamos continuar monitorando e avaliar o uso de outros instrumentos, como por exemplo acionar o Ministério Público Federal”, prometeu ao final da votação Marciano Toledo da Silva,  representante do Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA, destacando que o resultado foi pior do que o esperado.

Para Gabriel Zatt, do movimento de oposição à nova gestão do Diretório Central de Estudantes, a reitoria “desrespeitou” os estudantes. “O parecer deixa ambigüidade em relação aos termos do parque sem a adição das emendas. Iremos nos reunir e estudar novas ações”, enfatizou Zatt.

O DCE, ao contrário de uma minoria de estudantes contrária aos termos do projeto e que encabeçou a manifestação, está empenhado em ações de apoio ao projeto.

Considerada como a primeira da história da universidade a ser ocupada por um grupo de direita, a atual gestão do DCE é composta por estudantes ligados a partidos como DEM, PP, PMDB, PSDB e PDT.

Com o lema “Um DCE para os estudantes, não para os militantes”, o grupo derrotou as outras 3 chapas, formadas por militantes do PSOL, PT e PCdoB, e PSTU, em novembro ado.

A polêmica do parque
A votação de hoje hoje foi resultado de um protesto realizado no início de março, encabeçado por estudantes da Ufrgs, que adiou a decisão do Consun, reunido na ocasião para decidir sobre a criação do parque tecnológico.

Os estudantes, que possuem 15% de poder de decisão no conselho, afirmaram que o projeto não previa a participação dos segmentos da comunidade universitária — professores, servidores  e estudantes — ou de setores importantes da sociedade civil, como institutos de pesquisa científica e entidades representativas como conselhos profissionais, sindicatos e associações.

Em resposta à manifestação, a Ufrgs promoveu debates, nos dias 23 e 31 de março, para discutir o projeto com a comunidade universitária.

A polêmica envolvendo a implantação do parque foi notícia no Baguete e pode ser conferida na íntegra nos links relacionado abaixo.

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