
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de se tornar a primeira do Brasil a disponibilizar a nova versão do protocolo IP, o IPv6, em toda sua rede pública.
A implantação, realizada pela equipe de TI da universidade, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Tecnologia de Redes e Operações (Ceptro.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), não exigiu investimentos em infraestrutura: os antigos roteadores foram substituídos por estruturas baseadas em computadores tradicionais que usam software livre para realizar a função.
Segundo Marcelo José Duarte, responsável pelo projeto na UFSCar, a adoção do IPv6 garante que a instituição se antecipe ao mercado, evitando gastos e problemas futuros.
“Com a implantação já realizada, não teremos impactos significativos quando o novo protocolo estiver de fato implementado em toda a Internet”, afirma Duarte. “Devido ao rápido esgotamento de números IP na versão 4, a adoção da versão 6 deve ser vista como prioridade por provedores e empresas”, explica ele.
Uma projeção, segundo o profissional, baseada em pesquisas dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento, distribuição e registro dos IPs no mundo. Segundo as previsões, os estoques da versão 4 devem acabar em meados de 2011.
“A implantação do IPv6 é a única solução capaz de garantir o desenvolvimento e crescimento continuados da Internet. Quem ainda não começou a implantação, deve fazê-lo o quanto antes”, sentencia Antonio M. Moreiras, coordenador do projeto IPv6.br do NIC.br.
Conforme o executivo, o novo protocolo aumenta o espaço de endereçamento de 32 para 128 bits, ando uma quantidade de endereços muito maior do que a versão 4.
“Promovemos a adoção do IPv6 desde 2007, quando iniciamos a distribuição dos endereços desta versão no Brasil”, afirma Moreiras.
Desde então, foram várias as iniciativas com este foco, como a criação do site Ipv6, relacionado abaixo, realização de palestras em eventos como a Campus Party, o Conip e o Fisl, e a criação de cursos em formato e-learning e presenciais sobre o assunto.
“Além disso, pelo PTTMetro em São Paulo, é oferecido trânsito IPv6 gratuito, em caráter experimental, aos participantes locais”, destaca Moreiras.