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Rafael Souto, CEO da Produtive. Foto:Divulgação.
A quantidade de posições abertas para cargos de alta gestão em TI caiu 34% no período entre janeiro e novembro de 2013 frente ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com números da consultoria de carreira Produtive para a região Sul e Sudeste, foram 52 vagas para quadros como CIO, diretoria ou gerência senior na área de TI, com salários entre R$ 16 mil e R$ 35 mil.
Nas posições executivas intermediárias, onde estão cargos como supervisor e coordenador de TI, com salários entre R$ 10 mil e R$ 15 mil, foram 107 aberturas, uma queda, mas menor, na faixa dos 12%.
Para Rafael Souto, CEO da Produtive, os números são resultados de uma combinação de um ano economicamente fraco, no qual a expectativa de crescimento do PIB é de 2,28% com um processo estrutural de mudança nos departamentos de TI.
O “pibinho” fez com que as empresas preferissem contratar profissionais que, na visão da alta gestão, são capazes de fazer uma diferença no curto prazo em relação ao balanço, aponta Souto, destacando altas de contratações em áreas como financeiro (11%) e supply chain (7%).
Mas isso não quer dizer que em um improvável cenário de crescimento econômico acelerado (a expectativa para 2014 é ainda pior, ficando na faixa do 1,95%) as empresas voltariam a abrir vagas de alta gerência de TI.
“Existe um processo processo sistémico de esvaziamento de posições de alto nível. Isso acontece pelo fato das responsabilidades da TI serem assumidas por outras áreas ou pela opção das empresas por executivos menos experientes para a posição”, resume Souto.
Na avaliação do consultor, os números de aberturas de vagas são sintoma de uma mudança de ciclo na relação das empresas com os investimentos em TI.
“A fase das grandes implementações de sistemas de gestão acabou”, avalia Souto, para quem o ambiente atual de tecnologia das organizações exige muito mais “gestores de contratos e fornecedores” do que “especialistas em tecnologia”.
O cenário seria especialmente sinistro para profissionais como gerentes sênior de infraestrutura de tecnologia, que estariam “virando dinossauros” em meio à adoção crescente de cloud computing pelas organizações.
E qual é a saída para os profissionais que construíram carreiras como gerentes de TI?
Na visão de Souto, a meta deve ser migrar de organizações nas quais tecnologia é uma área meio fadada a diminuição de importância e eventual desaparição para um número crescente de outras que tenham construído seu negócio sobre TI.
“Cada vez existirão mais empresas nas quais a Internet e a mobilidade são a força determinante. Os CIOs devem migrar para esse tipo de organização”, aponta Souto.