
A Telefônica Brasil anunciou o início da operação da frequência de telefonia celular de 1,8 Ghz em Santa Catarina e no Paraná – na semana que vem, deve entrar o Rio Grande do Sul – durante evento em São Paulo nesta terça-feira, 06.
Com o início do uso da nova faixa do espectro móvel, a empresa afirma que poderá duplicar a capacidade da sua rede, além de transformar os seus chips nos únicos que funcionam em 100% dos aparelhos GSM desbloqueados.
A novidade, também já válida para todos os estados do Norte, Nordeste, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, permitirá à empresa ser mais agressiva nas suas ofertas no mercado, frente a uma concorrência cada vez mais ousada.
"Uma vez que estamos agora com um volume de espectro que é igual ao de nossos concorrentes, nós podemos agora ter propostas comerciais mais agressivas", cutucou o presidente da Telefônica Brasil, Antonio Carlos Valente.
Sem mencionar nominalmente a concorrência, Valente disse que a Vivo pratica uma política de “comercialização responsável” e que quer “crescer sem comprometer a qualidade do serviço”.
Com as novas ofertas, a Vivo pode buscar virar o jogo no Paraná, onde a TIM lidera com 47% de share segundo dados de outubro da Anatel, com a Vivo empatada com a Claro nos 20%, e Santa Catarina, onde a situação é a mesma, dessa vez com a TIM com 38% e a Vivo em segundo lugar com 25%.
No Rio Grande do Sul, o poder de fogo adicional pode ajudar a defender a liderança dos seus 42% de participação, atacados por promoções especiais, promessas de investimentos e juras de amor à cultura gaúcha da Claro (32,26%), TIM (12,76%) e Oi (12,07%).
Em nível nacional, o jogo também está equilibrado, com a Vivo liderando com 29,61%, seguida por Claro (25,2%), TIM (26%) e Oi (18,86%).
“A verdade é que temos um dos mercados de telecomunicações mais disputados no mundo”, analisou Valente.
O executivo destacou investimentos feitos em 2011, de R$ 6 bilhões, e do montante planejado para 2011-2014, de R$ 24,3 bilhões, uma alta de 52% frente ao quadriênio anterior.
Ofensiva também no fixo
Além das novidades da oferta na telefonia móvel, a Telefônica segue com a campanha no fixo, baseada numa estratégia de usar a rede 3G da Vivo para vender serviços de telefonia fixa.
O chamado Vivo Box, que inclui também conexão à Internet pela rede 3G, é focada na metade dos 52 milhões de municípios fora do estado de São Paulo que não tem um contrato de telefonia fixa, principalmente na chamada nova classe média.
A operadora já oferece o produto em Porto Alegre e Rio de Janeiro, e, até o fim do ano, cobrirá também Vitória e Belo Horizonte. Até o final de 2012, no ritmo das autorizações da Anatel, o serviço deve estar disponível em todo o país.
Vivo assume a frente
A Telefônica está em processo de fusão com a Vivo no Brasil, no final do qual, no segundo trimestre de 2012, a marca da multinacional espanhola deve sair de cena.
A mudança tem mais relevância em em São Paulo, onde a Telefônica operava com telefonia fixa desde a compra da Telesp.
Com alteração, a Telefônica ará a ser uma marca institucional, representada no Brasil pela Vivo, na América Latina e Espanha pela Movistar, e no resto da Europa pela O2.
Além da concentração do esforço de marketing, a companhia deve fomentar as vendas cruzadas - hoje em São Paulo, 15% das vendas de 3G Vivo são feitas pelo canal Telefônica - oferecendo ofertas como descontos nos planos 3G para os clientes do Speedy.
* Maurício Renner viajou a São Paulo à convite da Telefônica do Brasil