FUTURO

Você vai perder seu emprego 6tie


16 de maio de 2013 - 14:16
Federico Pistono. Foto: Baguete.

Federico Pistono. Foto: Baguete.

A reportagem lamenta informar assim, bruscamente, mas a dura verdade é a seguinte: em breve, todo mundo exceto meia dúzia de engenheiros de software estará desempregado.

O cenário é determinado pelo avanço rápido nas áreas de robótica, impressão 3D e software analítico, segundo apontou Federico Pistono, autor do livro Robots Will Steal Your Job, But That’s OK – How to Survive to the Economic Collapse and be Happy, que esteve em Porto Alegre palestrando na BITS, feira que encerra nesta quinta-feira, 16.

Durante sua apresentação, Pistono avassalou o público com vídeos, notícias e gráficos ilustrando o prognóstico, desde robôs capazes de apreender movimentos por observação, podendo por tanto substituir trabalhadores numa linha de montagem, até softwares analíticos usados para automatizar boa parte do trabalho de advogados e jornalistas [eficiente e barato, mas sem o mesmo charme, diria eu].

“O nível de população empregada nos Estados Unidos está na porcentagem mais baixa da história. Após cada nova recessão econômica, menos pessoas voltam a ser empregadas do que antes”, resumiu Pistono.

Analistas já apontam que esse cenário já é uma característica permanente da ordem econômica pós industrial: empresas que faturam muito, empregando muito pouca gente. Google e Facebook, ícones da economia digital, empregam juntos apenas 60 mil pessoas, cada uma delas gerando cerca de US$ 1 milhão de faturamento anual em 2012.

Enquando empregam pouco, as novas empresas também destroem empregos da velha ecomomia. “O Google Car será uma realidade em breve. Quase 3,2 milhões de pessoas que trabalham dirigindo carros e caminhões nos Estados Unidos devem perder o trabalho”, analisa Pistono.

A essa altura, o leitor deve ter começado a se perguntar onde afinal reside a parte do como sobreviver ao colapso e ser feliz.

Ao que parece, Pistono resolveu a sua parte da equação. O jovem italiano de 27 anos foi um dos anos da Singularity, escola futurista do Vale do Silício fundada por Ray Kurzweil e hoje vive no circuito mundial de palestras.

Foram 20 países em 14 meses. Só no eventos TDex, Pistono já ou por Viena (200 mil visualizações no You Tube), Rio de Janeiro, Bolonha, Los Angeles e o maior de todos, em San Francisco.

Palestras não devem ser automatizadas em um futuro visível, então Pistono realmente não precisa se preocupar, o que talvez o ajude a fazer uma previsão otimista que o resto de nós também não, baseado no que o autor vê como a inevitabilidade do surgimento de um novo modelo econômico no qual o direito ao conforto material seja um direito humano assegurado.

“Eu acredito em uma nova ordem baseada em 3Ds: digitalizar, democratizar e distribuir”, explica Pistono, para quem os mesmos mecanismos que estão destruindo os empregos podem ser usados pelos desempregados do futuro para assegurar sua sobrevivência.

Assim, de posse de uma impressora 3D em casa, uma pessoa poderia baixar na Internet um arquivo com o design de um tênis, imprimi-lo em casa e sair andando pelas ruas para se dedicar ao que ele realmente ama, ao invés de exercer uma função remunerada que ele odeia para comprar o mesmo tênis.

Questionado sobre como acontecerá a transição entre os dois sistemas, uma vez que as empresas donas do design do tênis certamente não estão interessadas em entregar sua propriedade de graça, Pistono responde com o artigo de fé da sua geração de tecnologistas: a inevitabilidade do compartilhamento de tudo.

“Sites como o Pirate Bay estão evoluindo de uma maneira em que é impossível acabar com eles: em breve, será impossível localizar os servidores onde o conteúdo está armazenado”, exemplifica Pistono. “É impossível impedir a informação de ser livre”, conclui.

Não dá para dizer que o italiano não acredita no que predica. Seu livro está disponível para gratuito na rede - as versões impressas são pagas - e a inevitável startup de Internet na qual ele trabalha, um site de compartilhamento de conteúdo educacional chamado Esplori.net também é baseado em um modelo freemium.

Quando ao resto de nós, resta torcer para ele estar certo.

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