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Mariano Gomide.
O fundo de investimentos Riverwood Capital comprou os 27,7% da plataforma de e-commerce VTEX em mãos do conglomerado de mídia sul-africano Grupo Naspers, em um negócio anunciado nesta terça-feira, 10.
Não foi informado o valor da transação. O Naspers, por meio da sua controlada Buscapé, adquriida em 2009, havia comprado a sua participação na VTEX em 2012. Os 73,3% restantes da companhia são distribuídos entre oito sócios e 16 funcionários.
A VTEX faturou R$ 44 milhões em 2014, montante 35% superior ao registrado no ano anterior, e é a líder no ainda fragmentado mercado brasileiro de plataformas de e-commerce.
Em nota, a empresa afirma que a entrada do Riverwood irá “acelerar a consolidação do mercado de plataforma de e-commerce no Brasil e aumentar a velocidade de expansão da VTEX na América Latina”.
Nos últimos anos, a VTEX anunciou a compra das companhias especialistas em e-commerce para pequenas empresas Nixus e Loja Integrada (R$ 10 milhões em 2013) e da plataforma especializada em moda Primordia (dezembro de 2014, sem abrir valores).
“Nosso objetivo é investir cada vez em lançamento de novas funcionalidades para ofertar uma plataforma de e-commerce SaaS cada vez mais inovadora", revela um dos fundadores da empresa, Mariano Gomide.
Os investimentos em melhorias na plataforma da VTEX chegaram a R$ 25 milhões. A empresa também está internacionalizando seus negócios e já obtém 15% da receita de suas operações no Peru, Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, Equador e México.
Os clientes incluem nomes como Whirlpool, C&A, L'Oréal, O Boticário, Polishop, Electrolux, Staples, Cencosud, Camisaria Colombo e Danone.
A Riverwood vem mostrando apetite pelo mercado brasileiro nos últimos tempos. Em novembro do ano ado, fez um aporte não revelado na Conductor, desenvolvedora de soluções para processamento de pagamentos.
Em 2013, colocou de R$ 30 milhões na Pixeon Medical Systems, desenvolvedora de soluções de TI para saúde, recebeu um investimento de R$ 30 milhões e em 2012 operou a fusão da Mandic com a Tecla Internet, criando um novo player de computação na nuvem no país.
A Naspers, por outro lado, parece estar pisando um pouco no freio no país, como pode ser visto pelas movimentações no Buscapé, seu principal investimento no país, segundo relatou no final do ano ado uma matéria da Exame.
No final do ano ado, a empresa começou a cortar gordura no buscador de preços brasileiros que, até 2013, havia promovido uma onda de 18 aquisições.
Entre 2013 e 2014, 11 vice-presidências do Buscapé foram eliminadas e dois dos cofundadores da empresa deixaram o negócio.
Quatro operações fecharam: o Brandsclub, que se vendia como o maior outlet de luxo do País; a Shopcliq, plataforma para as pessoas publicarem fotos de produtos desejados; a Recomind, de recomendações de prestadores de serviços; e a Urbanizo, ferramenta de pesquisa imobiliária (que segue em operação, mas fora do Buscapé).
O corte atingiu 370 funcionários, sendo 300 só na Brandsclub.
A Naspers, uma gigante avaliada em US$ 53 bilhões e dona de mais de 30 empresas de internet e 12 de TV a cabo e mídia impressa, decidiu agrupar operações de setores semelhantes em linhas de negócio, tirando autonomia do Buscapé.
Outra marca forte da Naspers, a OLX, ficou com os classificados, enquanto a polonesa PayU ou a comandar meios de pagamento.