
Ariel Lambrecht, Renato Freitas e Eduardo Musa. Foto: Divulgação.
A Yellow, startup de aluguel de bicicletas sem estação, vai iniciar sua operação em São Paulo a partir de uma captação de US$ 9 milhões, de acordo com o TechCrunch.
A empresa é o novo empreendimento de Ariel Lambrecht, fundador da 99, depois da venda da startup transporte para a chinesa Didi Chuxing.
Conforme adiantado pelo Baguete há um mês, a nova startup é liderada também por Renato Freitas, co-fundador da 99, e Eduardo Musa, que atuou na fabricante de bicicletas Caloi, onde foi CEO, por treze anos.
A Yellow pretende usar os recursos para implantar suas primeiras 20 mil bicicletas “dockless” em São Paulo a partir do começo do segundo semestre deste ano.
O planejamento da empresa prevê a ampliação da frota, subsequentemente, para 100 mil bicicletas.
“A bike Yellow é a peça que faltava no quebra-cabeça da mobilidade urbana. Ela atua como um modal complementar que se integra aos outros meios de transporte para facilitar o ir e vir das pessoas nas grandes cidades”, afirma Eduardo Musa, CEO da Yellow.
Para ele, o sistema de redistribuição livre, em que não há pontos específicos para a devolução das bicicletas, permite que elas estejam em todos os locais.
O processo de mapeamento das bikes, destravamento e pagamento do serviço é realizado pelo aplicativo de celular.
“Esse sistema representa mais liberdade, otimização e economia para o usuário, tanto de tempo quanto de recursos financeiros”, complementa Musa.
Para garantir uma boa distribuição na cidade, a empresa contará com equipes realizando uma espécie de varredura e mapeando suas bicicletas para organizá-las estrategicamente e retirá-las para manutenção quando necessário.
O sistema de aluguel de bicicletas “sem estação” tem crescido no mundo e ainda não tem um representante ativo no Brasil.
No país, a Tembici é o nome mais lembrado no segmento de aluguel de bicicletas, com seu sistema patrocinado pelo Itaú em diversas capitais brasileiras, como Rio, Salvador, São Paulo, Recife e Porto Alegre.
Com o modelo da Tembici, o usuário pode retirar a bicicleta numa das estações espalhadas pela cidade e devolvê-la num dos pontos pré-estabelecidos.
No entanto, diversas empresas no mundo tentam implementar um sistema que não exija a devolução em estações, o que tem se mostrado um grande desafio.
Em fevereiro, a Gobee, uma empresa de Hong Kong, anunciou que encerraria sua operação na França após menos de seis meses por ter sofrido o que considerou uma “destruição em massa” de sua frota. A companhia relatou que teve mais de 3,4 mil bicicletas estragadas e mais de 1 mil roubadas.
O The Verge também relata que representantes de uma empresa com sede em Singapura tiveram que retirar 42 bicicletas de um rio em Melbourne, na Austrália, no final do ano ado. Com a falta de lugares obrigatórios para devolução, alguns equipamentos também acabaram em árvores ou simplesmente no meio de calçadas e gramados.
Já na China, onde surgiram muitos dos maiores serviços de compartilhamento, o suprimento de bicicletas supera a demanda em alguns lugares, fazendo com que surjam pilhas de bicicletas excedentes do tamanho de um pequeno prédio.
Fundada em 2014 na China, a Ofo é a maior empresa do segmento. A companhia oferece bicicletas em mais de 250 cidades em 20 países, como China, Espanha, Rússia, Itália, Japão, Alemanha, França e Portugal.