
Será que a Amazon consegue se livrar da Oracle?
A Amazon quer parar de usar softwares de bancos de dados da Oracle até o primeiro trimestre de 2020.
Pelo menos, é o que garante uma matéria da CNBC, citando fontes internas da companhia.
O objetivo seria mover as aplicações da gigante de e-commerce que ainda rodam em bancos de dados Oracle para a AWS, onde já está boa parte da infraestrutura da Amazon.
Uma fonte ouvida pela CNBC afirma que já faz algum tempo que a Amazon não desenvolve nada novo usando banco de dados da Oracle.
De acordo com as fontes ouvidas pela CNBC, o principal problema é que as aplicações da Oracle não escalam da maneira como a Amazon precisa.
Em nota, a Oracle rebateu as fontes da CNBC e disse que a Amazon gastou US$ 60 milhões em software de banco de dados e analítico há um ano.
Não que os sistemas da AWS sejam a prova de bala: durante uma ação de descontos no último mês nos Estados Unidos, o site saiu do ar algumas vezes.
O CTO da Oracle, Larry Ellison, não costuma perder uma chance de dizer que concorrentes como Salesforce.com, SAP e Amazon usam tecnologia da Oracle.
A briga com a AWS, no entanto, é especial.
Com a SalesForce e a SAP a Oracle compete em aplicações empresariais em mais ou menos pé de igualdade, mas a AWS é um competidor muito mais recente que assumiu a liderança na nuvem pública pelo que muitos analistas avaliam ser uma dormida no ponto da Oracle.
Além da competição na nuvem, a AWS lançou em 2014 o banco de dados relacional Aurora, que já emplacou clientes como Expedia, GE e Verizon.
Recentemente, o Gartner cortou pela metade o número de empresas analisadas no seu Quadrante Mágico para Infraestrutura como Serviço (IaaS).
AWS e Microsoft estão disparadas na frente na área de líderes, seguidas de longe pelo Google.
Alibaba Cloud, Oracle e IBM estão todos embolados na categoria players de nicho do Quadrante do Gartner.
A Oracle aposta na combinação de todo o seu conjunto de nuvem, com aplicativos, dados, plataforma e infraestrutura oferecidos no modelo de serviço para ganhar mercado em relação aos líderes do segmento, mais fortes no segmento de infraestrutura.
A empresa diz que está dando certo, mas já não é possível saber com certeza, uma vez que a Oracle recentemente deixou de publicar por separado os números dos negócios de SaaS, PaaS e IaaS, e também de licenças vendidas na nuvem e on premise.
A Oracle justificou o movimento dizendo que era difícil manter a separação em um momento em que os clientes tem adotado uma abordagem híbrida, mas a movimentação foi entendida como uma forma de esconder o jogo sobre o progresso lento na nuvem.
Embalada pela AWS, cujas vendas cresceram 49% no último semestre, a Amazon ou a Alphabet e se tornou a segunda maior empresa com ações abertas no mundo.