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ssca Vasquez, VP global de tecnologia, soluções para o cliente e vendas da AWS. Foto: divulgação.
ssca Vasquez, VP global de tecnologia, soluções para o cliente e vendas da Amazon Web Services (AWS), destacou durante do AWS Summit, principal evento da companhia no Brasil, que todo o destaque dado à inteligência artificial generativa como “o assunto do momento” não é um exagero.
Vasquez foi a principal palestrante (keynote speaker, em corporativês) do evento, justamente com um discurso focado no tema.
A executiva ponderou que o mercado já tem experienciado deep learning, inteligência artificial e machine learning por um tempo considerável. Especificamente dentro da AWS e da Amazon, por mais de 20 anos.
“Definitivamente não é algo novo. O que tem capturado a imaginação e criatividade de todos é o leque de possibilidades para se fazer com essa vasta quantidade de dados, que anteriormente não se podia fazer de uma maneira fácil”, destacou Vasquez.
Para a VP, a popularização do ChatGPT, que puxou esse hype, tem tornado o conceito da IA generativa muito ível para todos. A partir disso, o que capturaria a atenção geral é que os casos de uso são ilimitados.
“Se você tem um center e quer melhorar o e ao consumidor, se está desenvolvendo software e quer mais produtividade. Não é preciso estar numa indústria específica, nem num cargo específico. Você pode ser um CEO ou um desenvolvedor, ela toca qualquer negócio, indústria e persona imagináveis”, exemplificou Vasquez.
Na visão da executiva, não haverá um modelo que moverá a IA generativa, ela será para todas as indústrias e para todos os tamanhos de clientes, desde startups, nativos digitais, parceiros de software, empresas sem fins lucrativos, até o segmento de enterprise.
“Então eu não acredito que o hype da IA generativa seja exagerado, mas eu penso que negócios, comunidades e empresas vão ter que descobrir como destiná-la para os melhores casos de uso, justamente por ser tão ilimitado. Nem todo caso de uso faz sentido com IA generativa”, ponderou Vasquez.
Entre os exemplos de aplicações no setor corporativo, a VP citou desde engenharia, ando por costumer service, até finanças, destacando possibilidades como impulsionar a produtividade de funcionários com resumos técnicos e geração de código.
“Muitos de nós estamos descobrindo como impulsionar o crescimento, sermos mais produtivos, executarmos organizações empresariais eficientes. E eu vejo que a IA generativa é muito importante para fazer isso. A beleza disso é que não existe apenas um espaço, são diversos”, destacou a executiva.
PLANOS DA AWS
O mercado a por uma espécie de corrida pela IA generativa e a Amazon não quer ficar para trás. Na semana ada, um e-mail vazado revelou que Andy Jassy, CEO da companhia, vai supervisionar diretamente os esforços neste sentido.
Rohit Prasad, vice-presidente sênior e cientista-chefe da Alexa, vai liderar um grupo recém-criado para trabalhar nos modelos de linguagem grandes (LLMs, na sigla em inglês) "mais ambiciosos" da empresa.
Na mesma linha, a AWS anunciou sete novos recursos voltados à tecnologia durante o AWS Summit New York, no final de julho — que foram replicados na edição de São Paulo, no dia 3 de agosto.
Um dos serviços destacados foi o Amazon Bedrock, no qual é possível construir e escalar aplicações de IA generativa através de uma API sem gerenciar nenhuma infraestrutura.
“Hoje nós estamos entregando baixo custo e baixa latência, o que só é possível através de machine learning e infraestrutura construída com esse propósito, para todos os nossos clientes através do Amazon Bedrock”, destacou Vasquez.
Com a ferramenta, os clientes podem customizar o próprio modelo privado de IA para uma tarefa específica colocando alguns exemplos de dados no Amazon S3. Segundo a empresa, todos esses dados são criptografados e nunca são usados para treinar a base do modelo original.
“Nosso objetivo nesse espaço é realmente democratizar o o. Nós vamos criar a nossa versão do ChatGPT? Talvez. Mas o foco agora é ser capaz de prover flexibilidade suficiente para empresas conseguirem fazer uso dos seus dados dentro de uma variedade de opções que são seguras, performam e são responsáveis”, resumiu Vasquez.
No campo da responsabilidade, a empresa afirma que prioriza assegurar pontos como uma acuracidade de dados muito forte, a redução de profanidades e discurso de ódio e a privacidade de acordo com cada país.
A preocupação não é por acaso. A OpenAI, criadora do ChatGPT está sendo investigada pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), que verifica se a empresa violou as leis de proteção ao consumidor do país.
Além disso, diversos executivos do Vale do Silício am uma petição, em março deste ano, solicitando que os laboratórios de inteligência artificial suspendessem por ao menos seis meses o desenvolvimento de novos sistemas superiores ao GPT-4, software mais recente do ChatGPT.
O apelo afirmava que “sistemas de IA com inteligência competitiva-humana podem representar um profundo risco para a sociedade e humanidade, como mostrado por extensas pesquisas e reconhecido pelos maiores laboratórios de IA”, uma vez que poderiam “gerar profundas mudanças na história da vida na Terra e deveriam ser planejados e gerenciados com cuidados e recursos proporcionais”.
No mercado há 16 anos, a AWS tem mais de 200 serviços a partir de 102 zonas de disponibilidade em 32 regiões geográficas, com planos anunciados para mais 12 zonas de disponibilidade e mais quatro regiões da AWS no Canadá, Malásia, Nova Zelândia e Tailândia.
A companhia tem milhões de clientes, desde startups a grandes empresas e agências governamentais.
No Brasil, a empresa já investiu mais de US$ 3,8 bilhões e conta com nomes como Anima Educação, Arezzo&Co, iFood, Itaú, Grupo Boticário, Localiza, Mercado Livre, Nubank, Petrobras, hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, e o Ministério da Saúde.
O AWS Summit reuniu 10 mil pessoas em São Paulo no dia 3 de agosto, com seis palcos simultâneos, 70 sessões de negócios e tecnologia e mais de 50 patrocinadores.
*Luana Rosales participou do AWS Summit, em São Paulo, a convite da AWS.