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Blackboard avalia possível venda. Foto: divulgação.
A Blackboard, gigante multinacional do segmento de softwares para educação, está se movimentando para uma possível venda de seu controle acionário, em um negócio avaliado em cerca de USS 3 bilhões.
Conforme reporta a Reuters, o fundo Providence Equity Partners, que controla a companhia norte-americana, contratou as instituições Deutche Bank e Bank of America para colocar a empresa em leilão.
Segundo fontes ligadas ao processo na Blackboard, a companhia pode atingir uma valorização de até US$ 3,4 bilhões no leilão. Anualmente a companhia registra uma média de US$ 200 milhões em lucro.
Atualmente, a companhia atende 19 mil clientes, espalhados por 1,9 mil instituições em 100 países, incluindo o Brasil. Com foco em instituições de ensino superior, a multinacional tem suas soluções em cerca de 80% das maiores escolas e universidades do globo, segundo dados fornecidos pela própria Blackboard.
Apesar de ter a maioria de suas contas concentradas em instituições maiores de ensino, a companhia também conta com clientes no setor público e corporativo. Além disso, a empresa diversificou seus serviços para outras áreas de apoio ao aluno: em alguns países, a empresa tem serviços como consultoria financeira a alunos, telepresença e outros recursos.
Caso realize a venda pelo valor máximo avaliado, o fundo Providence terá ganhos de mais de 100% sobre o preço que pagou em 2011 pela companhia, que foi de US$ 1,64 bilhão.
No mercado desde 1998, a Blackboard se movimentou nos últimos anos para se manter no topo da concorrência no segmento de tecnologia para ensino, em que empresas como Infrastrucure, Renaissance e Skillsoft começaram a abocanhar parte do bolo em que marcas como Blackboard e a plataforma Moodle ocupavam boa parte.
Recentemente, a McGraw-Hill, editora de livros e conteúdos para instituições educacionais, revelou planos de um IPO para sua divisão de e-learning, em um negócio avaliado em cerca de US$ 5 bilhões.
Além das multinacionais, no Brasil a concorrência vem de companhias de outros segmentos, como a Telefônica, que anunciou investimentos para anunciar sua presença com a Telefônica Learning Services (TLS), no país.
Em meio ao aquecimento do mercado de tecnologias para educação, a Blackboard também acelerou no Brasil. Recentemente a Laureate Brasil fechou um acordo com a Blackboard para uniformizar o uso de sistemas da multinacional de soluções para a área de educação nas suas 12 universidades no Brasil, totalizando mais de 250 mil estudantes.
Em abril do ano ado, a empresa fechou um acordo com Universidade Positivo, até então o maior negócio já realizado pela multinacional de educação a distância no país.
Pelo contrato, foram atendido cerca de 10 mil alunos, com possibilidade de extensão para as cerca de 40 instituições de ensino superior usuárias do Portal Universitário, um dos portais de educação criados pela Positivo Informática. Aí seriam 100 mil outros alunos.
No embalo dos novos contratos, a Blackboard divulgou no final do ano ado a abertura de um data center no Brasil. No entanto, a empresa não abriu prazo, o local, o preço ou qualquer outra característica do centro.
A Blackboard é representado com exclusividade no Brasil desde 2011 pelo Grupo A, editora de livros educacionais formada pelos selos editoriais Artmed, Bookman, Artes Médicas, McGrawHill, Penso e Tekne.
São mais de um milhão de usuários em 70 instituições diferentes no Brasil, incluindo nomes como Feevale, FGV, FAAP, Dom Cabral, ESPM e Senac-SP.
A Blackboard fechou o capital em 2012, após ser adquirida por US$ 1,64 bilhão por um fundo de investimentos. Em 2010, último ano para o qual existem dados públicos do ano, o faturamento foi de US$ 447,32 milhões.