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Por outro lado, ChatGPT tem causado polêmicas em empresas (Foto: Divulgação)
O Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos (Depec) do Banco Bradesco ou a utilizar o ChatGPT para complementar a leitura de textos oficiais do Banco Central (Bacen) e de comunicados e atas do Comitê de Política Monetária (Copom).
A solução de Inteligência Artificial (IA) ajuda o Depec a ter uma leitura não subjetiva dos textos, que são analisados por economistas para realizar a previsão das próximas movimentações de juros.
Para construir um histórico base, o Bradesco usou 55 atas e 55 comunicados do Bacen, publicados desde julho de 2016.
Assim, o Depec e o Inovabra, setor de inovação do banco, desenvolveram um conjunto de frases que diz para a IA o que deve ser feito e enviam cada parágrafo dos textos para a ferramenta, que fornece uma pontuação para cada trecho da ata ou comunicado.
Parágrafos com pontuação com valores próximos a -100 indicam que a Copom teve um posicionamento mais duro. Já os próximos a +100 exibem um posicionamento menos preocupado com a inflação.
A soma das pontuações de cada trecho é usada para formar a pontuação geral do documento.
Conforme Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, o ChatGPT ajuda o banco a antecipar cenários, mas seu uso não deve substituir completamente a leitura dos analistas.
“Os resultados iniciais do uso do ChatGPT pelo Depec são encorajadores e ajudam a calibrar a expectativa para o movimento de juros de curto prazo imediatamente após a publicação dos comunicados”, explica Honorato.
Para o futuro, o Depec testará se a IA é capaz de antecipar movimentos de mercado, como a precificação imediata de juros de curto prazo após a divulgação dos comunicados e apostas de decisões do Copom.
O mundo corporativo ainda parece estar avaliando quais são os melhores usos para ferramentas de IA como o ChatGPT.
Enquanto o Bradesco usa a tecnologia para analisar informações do "mundo externo", como as atas do Banco Central, outras começam a ver uma ameaça na tecnologia, pelo menos no que tange a dados internos.
A Samsung optou por desenvolver sua própria inteligência artificial para uso interno, após funcionários da empresa usarem o ChatGPT para trabalhar com informações secretas da empresa.
Em menos de um mês, foram registrados três incidentes relacionados a colaboradores vazando informações sensíveis por meio da solução da OpenAI, cujo uso era autorizado apenas para identificar e corrigir erros em suas linhas de código.
Já a Walmart deu um puxão de orelha em seus funcionários em março deste ano referente ao compartilhamento de informações sensíveis da companhia com inteligências artificiais, como o ChatGPT.
A empresa deixou estritamente proibido abrir informações sensíveis, confidenciais ou de propriedade, incluindo dados financeiros, informações pessoais de clientes e dos próprios colaboradores, bem como estratégias da companhia.
Em atuação desde 1943, o Bradesco é um dos maiores bancos privados da América Latina, com mais de 75 milhões de clientes. Hoje, 98% das suas transações são realizadas de forma virtual, além de uma rede de mais de 8,2 mil pontos físicos.