
Tiago Mignoni, coordenador regional do Sebrae Caxias do Sul.
Caxias do Sul, polo industrial da serra gaúcha, está lançando um movimento para acelerar a inovação na cidade, envolvendo 47 empresas e entidades.
O grupo inclui grandes empresas, representadas pelo Instituto Hélice, uma iniciativa que tem por trás a Randon, entre outras, até a prefeitura da cidade, ado por entidades como o Trino Polo, da área de TI, ou a CIC Caxias, da área de indústria e comércio, ado por instituições de ensino como FSG, IFRS e UCS (veja a lista completa no final da matéria).
A articulação liderada desde junho pelo Sebrae local recebeu um nome comprido: Governança do Ecossistema de Inovação de Caxias e foi lançada oficialmente na semana ada, durante a Mercopar, uma das grandes feiras industriais do país.
Até agora, a iniciativa já realizou um mapeamento do ecossistema de inovação no município, priorizando as áreas de agronegócio, TIC e eletrometalmecânico.
O grupo estabeleceu também seis objetivos: incentivar startups, criação de projetos de inovação, a geração de inovação voltada ao setor público, a criação de talentos e futuros empreendedores de inovação e impulsionar a sinergia entre os autores.
“Os autores desconexos ou cada um fazendo o seu fazem e chegam a um determinado nível. Agora, juntos conseguem fazer melhor”, afirma o coordenador regional do Sebrae, Tiago Mignoni.
O grupo fará reuniões mensais para desenvolvimento e avaliação do trabalho. Além disso, promoverá a interação entre os integrantes, fazendo com que uns visitem os outros para conhecerem os processos das empresas em que atuam.
O novo grupo parece visar ampliar a escala e o alcance de outras iniciativas em desenvolvimento na cidade, sendo a mais chamativa delas o Instituto Hélice, um movimento pró-inovação criado por grandes empresas da Serra Gaúcha.
Randon, Marcopolo, Soprano e Florense formaram o grupo em 2019, visando abrir as portas das organizações para startups e fazer uma articulação entre empresas, academia e poder público.
A associação criou processos estruturados de inovação aberta, a partir dos quais foram feitas aproximações dos integrantes com 188 startups em 2020, dando o primeiro o para 150 provas de conceito de tecnologia.
O Hélice também investe diretamente em startups, com o objetivo de captar até R$ 4,5 milhões para investimentos em até 20 startups locais nos próximos três anos.
Além das quatro fundadoras iniciais, o Hélice envolve hoje 19 empresas, incluindo nomes como Lojas Colombo, Focco, Sicredi, Unimed Nordeste e Sicredi Pioneira.
Outra inspiração pode estar em Porto Alegre, onde UFRGS, Unisinos e PUC-RS, três das principais universidades gaúchas, lançaram em 2019 o Pacto Alegre, propondo uma agenda de metas para a melhoria do ecossistema de inovação da cidade.
Caxias do Sul, a segunda maior cidade do Rio Grande do Sul, tem tradição nesse tipo de movimentos.
Na área de TI, a cidade foi pioneira em formar um Arranjo Produtivo Local, um agrupamento de diversos atores de uma cadeia produtiva, que uma vez constituídos podem pleitear verbas para diferentes finalidades junto a organismos do governo estadual e federal.
O assunto APL teve seu auge no Rio Grande do Sul há mais ou menos uma década atrás, saindo de cena progressivamente nos últimos anos. De todas formas, a capacidade de articulação permanece.
Integrantes do grupo
Acelera Serra, Agência Zen, APL, Bitcom, CAAF, Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, CDL Caxias do Sul, CIC Caxias, Cipnet, Conexo Randon, Gipan Consultorias, Efaserra, Emater, Frente Parlamentar para Startups, Empreendedorismo Inovador e Proteção de Dados, FSG, IFRS, Inova RS, Instituto Hélice, Agrodtech, La Casa Nostra, Legaltech (Linklei), Minha Escola, Mobi Caxias, Moderniza Group, Next Marcopolo, Núcleo Sistemas, OAB Caxias do Sul, Prefeitura de Caxias do Sul, Senac, Senai, Sesi, Sicredi, Sebrae, Simecs, Sindilojas, Smapa, OSucateiro, Trino Polo, Habit, UCS Inova, Uergs, Uniftec, Venturin Uvas Finas e Viaturo.