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Foi o dia dos CIOs no Fórum de Empresários de TIC do Mercosul. Nesta quinta-feira, 23, compradores de TI de peso no Rio Grande do Sul estiveram no evento, em um no qual cada um pode falar sobre os negócios das suas empresas, sua relação com os fornecedores e sobre certificação, um dos temas da moda.
Com a palavra, Alceu Fernandes (Atedmax), Carlos Roberto Chitão (Gerdau), Edson Fonseca (Banco de Lage Landen), Eduardo Arruda (Tribunal de Justiça do RS), Luiz Henrique Portella (Hoepers), Patrícia Markus (MWM Internacional) e Sérgio Zirbes (Hospital de Clínicas de Porto Alegre).
Alceu Fernandes - Atedmax
Apresentação
A maioria do mercado de TI, no qual eu já tenho 30 anos de estrada, me conhece como o Alceu da Unisinos, mas há quase um ano eu troquei de sobrenome e ei a ser o Alceu da Atendmax. A proposta da empresa é oferecer um serviço honesto de consultoria para organizações de pequeno porte que não dispõem de um profissional focado em Informática - uma espécie de CIO de aluguel - ou ser uma segunda opinião para grandes companhias.
Relação com fornecedores
Meu último projeto foi em uma cooperativa de crédito, na qual ajudei a criar uma estrutura de TI virtual com programas hospedados em um servidor externo. Na escolha dos fornecedores, analisamos capacidade de entrega, governança, técnica, metodologia e preços. Esses critérios não limitam a escolha a grandes organizações, uma vez que havia até empresas incubadas no rol de candidatos. Pedimos orçamentos com prazos de até cinco anos, para poder ter uma idéia clara de custos em termos de desenvolvimento e manutenção.
Certificações / TI como serviço
Dentro de três ou quatro anos quem não tiver certificações vai estar fora do mercado, ou limitado a nichos muito específicos. É imperativo adotar, uma vez que tentar desenvolver uma própria é muito mais caro.
Carlos Roberto Chitão - Gerdau
Apresentação
Acredito que não seja necessária uma maior apresentação da Gerdau, mas gostaria de dizer que trabalhamos para ser o 13o maior produtor de aço no mundo até 2007. Além disso, temos projetos sociais que beneficiaram 7 milhões de pessoas no último ano e investimos R$ 168 milhões em preservação do meio ambiente.
Relação com fornecedores
Desde os anos 90 buscamos que a área de TI deixe o desenvolvimento de lado e se dedique a ser uma integradora de sistemas. Nossos fornecedores são hoje uma extensão da nossa capacidade em termos de tecnologia, o que os faz importante para a Gerdau, e não só para o departamento de Informática. Na América do Sul, seguimos orientações válidas também nas operações da América do Norte e na Europa. Escolhemos parceiros por critérios como solidez, imagem de mercado e experiência. Não somos de nos aventurar em iniciativas inovadoras: esperamos o amadurecimento delas. Preços não são um fator determinante, o foco é no retorno em termos de crescimento do negócio.
Certificações / TI como serviço
A Gerdau é muito sensível ao tema da TI como serviço. Todo nosso negócio se baseia em processos estáveis e na padronização. A dispersão geográfica também traz a necessidade de modelos globais. Tudo isso tem nos aproximado do ITIL. É uma ferramenta que ajuda a pensar o óbvio, que muitas vezes é o mais importante.
Edson Fonseca - Banco de Lange Landen
Apresentação
O Lage Landen é uma instituição que atua em 22 países, com três anos de atuação no Brasil. Coordenamos nossas operações no México e na Argentina, ainda mais recentes, a partir de Porto Alegre. Atuamos como braço financeiro de empresas, oferecendo os financiamentos da AGCO para seus clientes, por exemplo. Além do setor agrícola, temos presença nas áreas de equipamento hospitalar e tecnologia. Não somos muito conhecidos, até porque esse não é o foco dos nossos negócios.
Relação com fornecedores
Fazemos outsourcing de toda nossa infraestrutura de TI, desde cabeamento até helpdesk, ando por impressão e hardware. Quando contrato um fornecedor local para um trabalho em nível de América Latina, há uma dificuldade em convencer o CIO a nível global da capacidade destes parceiros. Logo também há problemas dessas empresas em atender na prática a demanda de três países diferentes, por mais que tenham operações em todos eles. Acabamos tendo que contratar uma empresa em cada país, o que complica o processo. Optamos por empresas pequenas pela proximidade, mas não em termos bairristas, mas de especialização. Queremos companhias com foco em fazer um trabalho bem e não em tentar abraçar 15 diferentes.
Certificações / TI como serviço
Certificação será um diferencial a médio e longo prazo. No momento, ainda não é eliminatório para nós, ainda que seja importante.
Eduardo Arruda - Tribunal de Justiça do RS
Apresentação
O TJ-RS trata dos processos judiciais em nível estadual. Temos 170 sites e 11 mil usuários.
Relação com fornecedores
Gostaria de destacar as oportunidades de negócios geradas pela reforma do Judiciário. No momento, há Estados no Brasil no qual a cultura da TI para a justiça está estabelecida e outros nos quais ela é um mistério completo. Então uma primeira chance é oferecer consultoria para eles. Uma vez criada a maturidade, existe a venda de equipamento. Existem comarcas sem nenhuma infraestrutura de Informática, nada. Depois de tudo, há o gerenciamento de toda esta documentação. Precisamos de GED voltado para o Judiciário e ferramentas de segurança. Oito tribunais estaduais já fizeram outsourcing de TI, então é uma boa buscar uma consultoria sobre licitações e participar!
Certificações / TI como serviço
Queremos adotar cada vez mais pregão eletrônico, porque agiliza muito o processo de compra. O problema é que ele é binário, assim que colocar certificações como critério de avaliação significa excluir quem não as tenha. E isso já foi declarado como ilegal em inúmeros processos judiciais... Esse tipo de diferencial só tem lugar em licitações do tipo técnica e preço, que costumam demorar quatro meses a mais que um pregão. É complicado. Internamente, estamos selecionando uma consultoria para service desk e redesenhando processos de gestão de TI.
Luiz Henrique Portella - Hoepers
Apresentação
Somos uma empresa de cobrança extrajudicial com matriz em Porto Alegre. Gerimos 30 callcenters que fazem cerca de 190 mil ligações por dia.
Relação com fornecedores
Compramos qualquer coisa que ajude a fazer mais cobranças. É o nosso foco, discursos prontos não vendem. Eu já trabalhei muito tempo como fornecedor de TI e agora que estou do outro lado vejo que dois mitos não são verdade. Mito no1: o cliente é lento. O cliente é lento porque tem que ser. Se eu fosse apressado, gastaria todo meu orçamento em janeiro! É preciso ter também em conta a capacidade do negócio de assimilar inovações. Mito no2: o cliente não sabe o que quer. Estamos no meio da cadeia, prestamos serviço para outras empresas. Muitas vezes, eles mudam de direção e nós temos que mudar também. Preferimos parceiros do RS e damos preferência por contratos no qual o fornecedor se arrisque também, no qual o sucesso da implantação faça parte do retorno.
Certificações / TI como serviço
Não exigimos certificações, mas simpatizamos com quem tem. Elas serão exigidas quando o reflexo sobre o custo final diminuir. Internamente, estamos adotando ITIL.
Patrícia Markus - MWM Internacional
Apresentação
Somos a maior fabricante de motores a diesel da América Latina. Devido às particularidades do ramo, temos um tremendo enfoque na qualidade.
Relação com fornecedores
Temos dificuldades em encontrar no RS bons integradores do maquinário de chão de fábrica com softwares, muitas vezes ficamos na mão do pessoal das máquinas, que geralmente é de fora. Damos preferência para fornecedores locais, mas já tivemos más experiências com companhias pequenas, de forma que hoje contratamos somente quem tem o diferencial de boas indicações, para que haja continuidade dos negócios. No futuro vejo oportunidades para quem quiser trabalhar na integração de aplicações de diferentes organizações, com foco em SOA e webservices. Hoje os EDIs são uma bagunça, mas isso vai mudar no curto prazo. Monitoração veicular e comunicação via web dos motores com as assistências técnicas também são tendências, assim compras crescentes de storage e soluções de gestão do conhecimento.
Certificações / TI como serviço
As empresas que adotam CMMI ainda têm um foco em desenvolvimento offshore, na minha opinião. Mas já contratamos fornecedores certificados e foi uma ótima experiência. Só não trabalhamos mais nesse sentido pelos custos.
Sérgio Zirbes - Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Na foto da capa)
Apresentação
A maioria das pessoas conhece o HA de fora, mas não sabe que dentro são feitas duas mil consultas diárias totalmente informatizadas.
Relação com fornecedores
Nossa área de TI é dividida em desenvolvedores e compradores. Os sistemas para áreas fim do hospital são muito específicos, de modo que são desenvolvidos internamente. Parceiros externos cuidam da área istrativa. Procuramos estar próximos do estado da arte, mas não necessariamente dentro dele. O HA é diferente da maioria dos hospitais pelo nível de adoção de TI. Muitas vezes não conseguimos transferir nosso know how para outras instituições médicas públicas porque o interlocutor não tem infraestrutura para começar a pensar em Informática. Há um grande trabalho a ser feito aí. Como previsão de futuro, vejo um uso crescente de tecnologia relacionada a imagens, a base de muitos exames médicos. Nós vamos seguir com nosso projeto de mobilidade e planejamos adotar outsourcing de impressão.
Com a palavra, Alceu Fernandes (Atedmax), Carlos Roberto Chitão (Gerdau), Edson Fonseca (Banco de Lage Landen), Eduardo Arruda (Tribunal de Justiça do RS), Luiz Henrique Portella (Hoepers), Patrícia Markus (MWM Internacional) e Sérgio Zirbes (Hospital de Clínicas de Porto Alegre).
Alceu Fernandes - Atedmax
Apresentação
A maioria do mercado de TI, no qual eu já tenho 30 anos de estrada, me conhece como o Alceu da Unisinos, mas há quase um ano eu troquei de sobrenome e ei a ser o Alceu da Atendmax. A proposta da empresa é oferecer um serviço honesto de consultoria para organizações de pequeno porte que não dispõem de um profissional focado em Informática - uma espécie de CIO de aluguel - ou ser uma segunda opinião para grandes companhias.
Relação com fornecedores
Meu último projeto foi em uma cooperativa de crédito, na qual ajudei a criar uma estrutura de TI virtual com programas hospedados em um servidor externo. Na escolha dos fornecedores, analisamos capacidade de entrega, governança, técnica, metodologia e preços. Esses critérios não limitam a escolha a grandes organizações, uma vez que havia até empresas incubadas no rol de candidatos. Pedimos orçamentos com prazos de até cinco anos, para poder ter uma idéia clara de custos em termos de desenvolvimento e manutenção.
Certificações / TI como serviço
Dentro de três ou quatro anos quem não tiver certificações vai estar fora do mercado, ou limitado a nichos muito específicos. É imperativo adotar, uma vez que tentar desenvolver uma própria é muito mais caro.
Carlos Roberto Chitão - Gerdau
Apresentação
Acredito que não seja necessária uma maior apresentação da Gerdau, mas gostaria de dizer que trabalhamos para ser o 13o maior produtor de aço no mundo até 2007. Além disso, temos projetos sociais que beneficiaram 7 milhões de pessoas no último ano e investimos R$ 168 milhões em preservação do meio ambiente.
Relação com fornecedores
Desde os anos 90 buscamos que a área de TI deixe o desenvolvimento de lado e se dedique a ser uma integradora de sistemas. Nossos fornecedores são hoje uma extensão da nossa capacidade em termos de tecnologia, o que os faz importante para a Gerdau, e não só para o departamento de Informática. Na América do Sul, seguimos orientações válidas também nas operações da América do Norte e na Europa. Escolhemos parceiros por critérios como solidez, imagem de mercado e experiência. Não somos de nos aventurar em iniciativas inovadoras: esperamos o amadurecimento delas. Preços não são um fator determinante, o foco é no retorno em termos de crescimento do negócio.
Certificações / TI como serviço
A Gerdau é muito sensível ao tema da TI como serviço. Todo nosso negócio se baseia em processos estáveis e na padronização. A dispersão geográfica também traz a necessidade de modelos globais. Tudo isso tem nos aproximado do ITIL. É uma ferramenta que ajuda a pensar o óbvio, que muitas vezes é o mais importante.
Edson Fonseca - Banco de Lange Landen
Apresentação
O Lage Landen é uma instituição que atua em 22 países, com três anos de atuação no Brasil. Coordenamos nossas operações no México e na Argentina, ainda mais recentes, a partir de Porto Alegre. Atuamos como braço financeiro de empresas, oferecendo os financiamentos da AGCO para seus clientes, por exemplo. Além do setor agrícola, temos presença nas áreas de equipamento hospitalar e tecnologia. Não somos muito conhecidos, até porque esse não é o foco dos nossos negócios.
Relação com fornecedores
Fazemos outsourcing de toda nossa infraestrutura de TI, desde cabeamento até helpdesk, ando por impressão e hardware. Quando contrato um fornecedor local para um trabalho em nível de América Latina, há uma dificuldade em convencer o CIO a nível global da capacidade destes parceiros. Logo também há problemas dessas empresas em atender na prática a demanda de três países diferentes, por mais que tenham operações em todos eles. Acabamos tendo que contratar uma empresa em cada país, o que complica o processo. Optamos por empresas pequenas pela proximidade, mas não em termos bairristas, mas de especialização. Queremos companhias com foco em fazer um trabalho bem e não em tentar abraçar 15 diferentes.
Certificações / TI como serviço
Certificação será um diferencial a médio e longo prazo. No momento, ainda não é eliminatório para nós, ainda que seja importante.
Eduardo Arruda - Tribunal de Justiça do RS
Apresentação
O TJ-RS trata dos processos judiciais em nível estadual. Temos 170 sites e 11 mil usuários.
Relação com fornecedores
Gostaria de destacar as oportunidades de negócios geradas pela reforma do Judiciário. No momento, há Estados no Brasil no qual a cultura da TI para a justiça está estabelecida e outros nos quais ela é um mistério completo. Então uma primeira chance é oferecer consultoria para eles. Uma vez criada a maturidade, existe a venda de equipamento. Existem comarcas sem nenhuma infraestrutura de Informática, nada. Depois de tudo, há o gerenciamento de toda esta documentação. Precisamos de GED voltado para o Judiciário e ferramentas de segurança. Oito tribunais estaduais já fizeram outsourcing de TI, então é uma boa buscar uma consultoria sobre licitações e participar!
Certificações / TI como serviço
Queremos adotar cada vez mais pregão eletrônico, porque agiliza muito o processo de compra. O problema é que ele é binário, assim que colocar certificações como critério de avaliação significa excluir quem não as tenha. E isso já foi declarado como ilegal em inúmeros processos judiciais... Esse tipo de diferencial só tem lugar em licitações do tipo técnica e preço, que costumam demorar quatro meses a mais que um pregão. É complicado. Internamente, estamos selecionando uma consultoria para service desk e redesenhando processos de gestão de TI.
Luiz Henrique Portella - Hoepers
Apresentação
Somos uma empresa de cobrança extrajudicial com matriz em Porto Alegre. Gerimos 30 callcenters que fazem cerca de 190 mil ligações por dia.
Relação com fornecedores
Compramos qualquer coisa que ajude a fazer mais cobranças. É o nosso foco, discursos prontos não vendem. Eu já trabalhei muito tempo como fornecedor de TI e agora que estou do outro lado vejo que dois mitos não são verdade. Mito no1: o cliente é lento. O cliente é lento porque tem que ser. Se eu fosse apressado, gastaria todo meu orçamento em janeiro! É preciso ter também em conta a capacidade do negócio de assimilar inovações. Mito no2: o cliente não sabe o que quer. Estamos no meio da cadeia, prestamos serviço para outras empresas. Muitas vezes, eles mudam de direção e nós temos que mudar também. Preferimos parceiros do RS e damos preferência por contratos no qual o fornecedor se arrisque também, no qual o sucesso da implantação faça parte do retorno.
Certificações / TI como serviço
Não exigimos certificações, mas simpatizamos com quem tem. Elas serão exigidas quando o reflexo sobre o custo final diminuir. Internamente, estamos adotando ITIL.
Patrícia Markus - MWM Internacional
Apresentação
Somos a maior fabricante de motores a diesel da América Latina. Devido às particularidades do ramo, temos um tremendo enfoque na qualidade.
Relação com fornecedores
Temos dificuldades em encontrar no RS bons integradores do maquinário de chão de fábrica com softwares, muitas vezes ficamos na mão do pessoal das máquinas, que geralmente é de fora. Damos preferência para fornecedores locais, mas já tivemos más experiências com companhias pequenas, de forma que hoje contratamos somente quem tem o diferencial de boas indicações, para que haja continuidade dos negócios. No futuro vejo oportunidades para quem quiser trabalhar na integração de aplicações de diferentes organizações, com foco em SOA e webservices. Hoje os EDIs são uma bagunça, mas isso vai mudar no curto prazo. Monitoração veicular e comunicação via web dos motores com as assistências técnicas também são tendências, assim compras crescentes de storage e soluções de gestão do conhecimento.
Certificações / TI como serviço
As empresas que adotam CMMI ainda têm um foco em desenvolvimento offshore, na minha opinião. Mas já contratamos fornecedores certificados e foi uma ótima experiência. Só não trabalhamos mais nesse sentido pelos custos.
Sérgio Zirbes - Hospital de Clínicas de Porto Alegre (Na foto da capa)
Apresentação
A maioria das pessoas conhece o HA de fora, mas não sabe que dentro são feitas duas mil consultas diárias totalmente informatizadas.
Relação com fornecedores
Nossa área de TI é dividida em desenvolvedores e compradores. Os sistemas para áreas fim do hospital são muito específicos, de modo que são desenvolvidos internamente. Parceiros externos cuidam da área istrativa. Procuramos estar próximos do estado da arte, mas não necessariamente dentro dele. O HA é diferente da maioria dos hospitais pelo nível de adoção de TI. Muitas vezes não conseguimos transferir nosso know how para outras instituições médicas públicas porque o interlocutor não tem infraestrutura para começar a pensar em Informática. Há um grande trabalho a ser feito aí. Como previsão de futuro, vejo um uso crescente de tecnologia relacionada a imagens, a base de muitos exames médicos. Nós vamos seguir com nosso projeto de mobilidade e planejamos adotar outsourcing de impressão.