
Senhas circulam no TJ-RS. Foto: Depositphotos.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) tem um problema de istração de senhas e o a informações nos seus sistemas.
É o resumo que fica de uma longa matéria do jornal gaúcho Zero Hora sobre vazamentos de informações sobre operações policiais dos sistemas da justiça para criminosos.
Segundo a ZH, que investigou o assunto de perto, até agora já foram afastados 14 estagiários e sete servidores do Judiciário estão sob investigação.
Do ponto de vista de segurança da informação, o principal problema é a falta de controles sobre senhas.
Para começar, o TJ-RS tinha nada menos do que 500 senhas de ex-estagiários ativas, algumas das quais estavam sendo usadas para vazar informações.
Um aspecto mais grave é o uso de senha de servidores por estagiários, que também acabou resultando em vazamentos, em algumas ocasiões com suspeita de cumplicidade dos funcionários concursados.
Até agora, já foram feitas três operações policiais e do Ministério Público (MP) desencadeadas para cumprir 20 mandados de busca e apreensão e três de prisão, em nove cidades das regiões Central e Metropolitana do estado.
No dia 20, os principais alvos foram as casas de um ex-estagiário e de uma servidora do fórum de Cachoeirinha.
A dupla teria vazado informações sobre operação que ia cumprir 78 ordens judiciais, incluindo 41 de prisão, antes da execução.
O valor cobrado em troca da informação seria de R$ 3 mil, quantia que aparece em recibos enviados pela facção ao ex-estagiário. Com prisão decretada, ele utilizava a senha da servidora para realizar as consultas. Trechos dos documentos sigilosos foram encontrados nos celulares dos suspeitos.
A mesma facção criminosa beneficiada pelos vazamentos também tinha uma informante na 21ª Câmara Cível do TJ-RS, alvo de mandado de busca em junho. Informalmente, uma estagiária da vara itiu que vendia cada informação à associação criminosa por R$ 200.
O Tribunal de Justiça informou à ZH que, além dos afastamentos e abertura de apurações internas, trocou todas as senhas de o ao sistema.
O problema do compartilhamento de senhas é mais complexo. Ouvido pela ZH, o 2º vice-presidente do TJ-RS, desembargador Antonio Vinicius Amaro da Silveira, disse que a prática é “irregular”.
“Há algum tempo é orientado aos servidores e magistrados que não reem senhas. Senha é uma informação pessoal do indivíduo, então não pode rear”, afirma Silveira.
Segundo o Baguete pôde averiguar com funcionários do Judiciário, o compartilhamento de senhas é visto por muitos funcionários como uma maneira de agilizar o trabalho.
Isso acontece porque, pelas regras de o à informação do TJ-RS, os estagiários têm privilégios muito limitados, sendo incapazes de realizar algumas tarefas simples se tudo for feito “by the book”.