
Funcionários da Samsung em Campinas. Foto: Prefeitura de Campinas.
Os funcionários da fábrica da Samsung em Campinas cogitam entrar em greve para prolongar o período de paralisação da fábrica na cidade em decorrência do coronavírus, previsto para encerrar neste domingo, 29.
Pelo menos, é o que garante Sidalino Orsi, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região, que falou sobre o assunto com o Mobile Time.
De acordo com Orsi, a Samsung não manifestou intenção de ampliar a pausa na unidade, iniciada na terça-feira, 24.
“As licenças ou férias têm que ser prolongadas. Dez, 15, 20 dias não resolve com essa doença. Tem que ser 30 dias, mas avaliando sempre os próximos 30 dias, pois ainda não está no pico da doença”, afirma Orsi.
Procurada pelo Mobile Time, a Samsung informou que estão “acompanhando a situação de perto” enquanto tomam “todas as medidas necessárias para a proteção de nossos colaboradores”.
O Mobile Time também checou qual é o status em outras multinacionais que tem fábrica no interior de São Paulo.
A LG, que fabrica celulares em Taubaté, deu férias coletivas por um período de dez dias.
Desde o dia 23, os metalúrgicos do grupo de risco (pessoas com mais de 65 anos de idade, doenças crônicas, doenças respiratórias e gestantes) estão em casa utilizando o esquema de bancos de horas até o dia 30. E, entre o dia 31 de março até 9 de abril, o grupo entrará em férias coletivas.
O restante da equipe da fábrica segue trabalhando com “medidas de precaução”, como: roupas especiais para o ambulatório médico e máscaras para casos de necessidade; esterilização dos ônibus fretados e do refeitório da empresa; e orientação aos funcionários de se sentarem com uma distância mínima de dois metros uns dos outros.
A Flextronics, fabricante dos smartphones da Motorola no Brasil, informou que colocou profissionais do grupo de risco e quem tem infraestrutura para trabalhar remoto (mesmo não sendo do grupo de risco) em home office.
O restante da operação segue produzindo com capacidade reduzida na planta de Jaguariúna.
A inquietação entre os funcionários não é o primeiro problema criado pelo coronavírus para as fabricantes de celulares no país.
Em fevereiro, Samsung e a Flextronics tiveram que dar férias coletivas aos funcionários do setor de produção entre 17 e 26 de fevereiro por falta de matéria prima vinda da China, onde na época o coronavírus estava a todo vapor.