Assim como a gaúcha Teikon, que desistiu em julho da fabricação de celulares para a Venko e partiu para a produção de notebooks, na unidade de Porto Alegre, diversas outras empresas também abandonaram o barco da telefonia celular. A japonesa Kyocera, por exemplo, encerrou as atividades com aparelhos no Brasil, da mesma forma que a coreana Pantech, informa o Valor Econômico.
A Gradiente é outra. A fábrica de celulares da companhia em Manaus parou em julho, voltou algumas semanas depois, mas ainda opera com volumes bastante reduzidos. Agora, só restam no país a finlandesa Nokia, a americana Motorola, as coreanas Samsung e LG, e a parceria nipo-sueca Sony Ericsson.
Outras companhias permanecem na ativa no país, porém muito vagarosamente. A BenQ, de Taiwan, produz celulares em ritmo lento, já tendo vendido sua fábrica em Manaus aos empresários Enzo Monzani e Conrado Will, da grife de roupas Zoomp. Já a Evadin, que fabricava aparelhos para terceiros, funciona hoje no Brasil sob a tímida marca Aiko. A própria Venko, que ficou praticamente parada em todo o ano ado, agora tenta retomar as atividades, mas aos poucos.
A explicação é que, por volta de 2005, o mercado brasileiro de celulares crescia a taxas vertiginosas. No ano seguinte, porém, começou a frear, situação que se tornou ainda mais difícil em 2007. De acordo com o diretor da consultoria Teleco, José Luis de Souza, um dos fatores para esse esfriamento é a geografia do país, que encarece a distribuição e a prestação de assistência técnica.
Outros fatores explicam a redução no número de fabricantes no país. Um deles é o movimento ocorrido no mundo todo no ano ado, quando a participação dos cinco líderes globais nas vendas subiu de 74,4% para 80,6%, conforme a IDC. Além disso, a comercialização de celulares no Brasil hoje é mais voltada à reposição do que à conquista de novos clientes pelas operadoras. Nesse ponto, as marcas mais conhecidas levam vantagem.