
Fabio Ranieri. Foto: Baguete.
A HP anunciou nesta quarta-feira, 23, uma nova linha de tablets para o mercado brasileiro. No entanto, por trás deste pacote de novos produtos, a fabricante investe alto no segmento de mobilidade para reaquecer sua presença no mercado, apostando no nome da marca e também na entrada em faixas mais íveis de preço para o consumidor brasileiro.
A empresa divulgou três modelos com fabricação nacional - os tablets HP7, HP8 e o híbrido HP x360 - para o segmento de consumidor final, e o Elite Pad 1000, nova versão de seu tablet de alta performance para o mercado corporativo.
O foco da fabricante com o HP7 e o HP8 é levar a marca para a faixa de tablets abaixo dos R$ 899, onde está a maior parte do público consumidor. Segundo dados do IDC, 63% dos tablets está na faixa abaixo dos R$ 500, enquanto 22% dos compradores ficam na faixa entre R$ 500 e R$ 1 mil.
Enquanto o HP8, de oito polegadas, sai por R$ 799, o modelo mais barato da nova linha, o HP7, de 7" sai por R$ 599, um valor alto para um modelo de entrada, quando se fala de um mercado onde fabricantes já oferecem opções de até R$ 199.
No entanto, como defende a HP, o objetivo da marca é se aproximar do consumidor que quer pagar menos, mas mantendo um padrão de qualidade consistente. Segundo Fabio Ranieri, a empresa quer ser competitiva, mas atender a uma demanda de consumidores que compraram aparelhos baratos e tiveram experiências ruins.
"Nosso objetivo é tornar o básico bom. A HP não se propõe a ser a marca mais barata. Queremos oferecer a melhor qualidade dentro de um preço adequado", disparou o diretor.
Para ilustrar o diferencial de qualidade em sua linha de entrada, Ranieri chamou a atenção para os processadores quad core em todos os modelos, o que confere uma navegação e resposta mais rápida nas telas de toque do aparelho.
Para cobrir a diferença no preço entre seu modelo mais barato e o barato da concorrência, a companhia confia no poder da marca e seu histórico de confiança com o consumidor, mesmo em um mercado onde o preço se tornou o mais importante.
A HP inclusive foi uma das vítimas dessa mudança. Frente à concorrentes como Lenovo, a empresa perdeu a liderança no mercado mundial de PCs.
Mesmo assim, a companhia investe no lançamento de produtos para o segmento, e também aposta em produtos de mobilidade para reconquistar a glória perdida. Em 2013 a empresa faturou mundialmente US$ 112,7 milhões, uma queda de 7% em relação ao ano anterior.
No mercado de tablets então, a companhia chegou atrasada e ainda está em busca de afirmação, enquanto empresas como Apple e Samsung ocupam o mercado . Segundo Claudio Raupp, vice-presidente das áreas de impressão e computação pessoal da HP, esta é a hora de revidar.
"Estamos alinhados com a estratégia delineada pela CEO Meg Whitman no ano ado e acreditamos que este bom posicionamento quanto a preço será um diferencial competitivo para nós", afirmou Raupp.
Leandro Souza viajou a São Paulo a convite da HP.