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A IBM divulgou nesta terça-feira, 21, os resultados de sua operação em 2014, apontando perdas em sua receita. A companhia fechou o ano com lucro líquido de US$ 12 bilhões, queda de 27% em relação aos US$ 16,5 bilhões de 2013. A receita ficou em US$ 92,8 bilhões, queda de 5% ante US$ 98,3 bilhões no ano anterior.
Entre os segmentos de negócio, a unidade de software registrou recuo de 2%, contabilizando US$ 25,4 bilhões de receita. Os serviços de tecnologia também caíram, 3%, para US$ 37,1 bilhões.
Já o segmento de sistemas e tecnologia foi o que obteve maior queda, de 23%, para US$ 9,9 bilhões. Por fim, a área de financiamento manteve-se estável, totalizando US$ 2 bilhões.
Mesmo assim, há um lado positivo nesse recuo financeiro para a Big Blue, segundo apontam analistas. Este foi o primeiro anúncio de resultado anual depois de diversas mudanças internas na companhia.
Embora este seja o décimo-primeiro trimestre seguido da companhia com perdas em sua receita, o site norte-americano Business Insider destacou que, comparado com os profundos cortes realizados pela empresa, a queda em relação a 2013 não foi assim tão grave.
Segundo especialistas, algumas destas quedas em receita são propositais. A IBM vendeu suas divisões com baixo desempenho e lucro, como a de servidores x86 para a Lenovo e a de semicondutores para a Globalfoundries.
Além disso, a companhia divulgou diversas mudanças em sua estratégia de negócio, mirando novas áreas como cloud computing, big data e mobilidade, firmando parcerias com marcas como Apple. Isto também se traduz em números.
Conforme aponta em seus resultados de 2014, a IBM contabilizou receita de US$ 25 bilhões em uma divisão chamada "iniciativas estratégicas", um crescimento de 16% sobre o que faturava em 2013.
No total, conforme aponta da Big Blue, estes novos mercados aumentaram consideravelmente seu share dentro do faturamento total da empresa, agora ocupando 27% do bolo total.
A receita de cloud cresceu 60% chegando a US$ 7 bilhões, enquanto o segmento de cloud como serviço teve faturamento de US$ 3 bilhões, aumentando 75%. A parte de business analytics teve um crescimento de 7%, chegando a US$ 17 bilhões. Também tiveram ganhos a parte de segurança, com 19% de crescimento, e a de aplicações móveis, que triplicou de 2013 para 2014.
Entre as novas apostas da IBM está também o Watson, tecnologia de supercomputação cognitiva na qual a companhia investiu mais de US$ 1 bilhão no início de 2014. Com base nesta inovação, a empresa pretende levar novos produtos a clientes em potencial em breve.
Aliás, no Brasil o banco Bradesco é a primeira companhia que deve adotar a plataforma. A organização brasileira faz parte de um grupo de cerca de 10 pioneiros em todo mundo, a maioria bancos, incluindo também o mexicano Banorte, a financeira sul africana MMI, a espanhola Caixa, a multinacional sa de farmacéutica Sanofi, entre outros.
Conforme aponta o site Business Insider, a CEO da IBM Ginny Rometty deve continuar com sua política de reorganização interna da companhia, revendo departamentos e cogitando possíveis demissões.
"Entretanto, ela também vem contratando bastante em áreas de crescimento e treinando alguns de seus funcionários para novas competências em vez de demití-los", apontou a analista Julie Bort, do site norte-americano.