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Carlos Barrios. Foto: Divulgação
A modernização dos processos judiciários é a aposta da porto-alegrense Kenta para chegar aos R$ 10 milhões de faturamento em 2012, 66% a mais do que em 2011.
Para tanto, a aposta da companhia é o DRS Audiências, solução de software e hardware para registro em áudio e vídeo de audiências judiciais que já é usada por 2,5 mil salas de tribunais do país e reduz o tempo de duração das sessões a 1/3 do usual.
“O tempo cai muito porque a solução dispensa a transcrição dos depoimentos. Tudo fica gravado, o escrevente só tem o trabalho de monitorar o funcionamento dos equipamentos”, comenta o diretor executivo da Kenta, Carlos Antenor Barrios.
Para este ano, a meta é ampliar em pelo menos 1 mil o número de salas de audiência com a DRS, que hoje equipa Tribunais de Justiça estaduais do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Sergipe, Roraima, Rondônia e Distrito Federal, além da Justiça Federal de 18 estados e Justiça do Trabalho de 17 estados.
Legal, homologado e... demorado
Uma adesão considerável, avalia Barrios, levando-se em consideração a cautela do setor judiciário quando o assunto é tecnologia e mudança nos processos.
“Em 2008 houve uma alteração no código brasileiro, com o que a legislação ou a aceitar a substituição de transcrições de audiências por gravações em vídeo, mas a aceitação pelos magistrados levou mais tempo e se tornou ampla a partir de 2010, 11”, comenta o executivo.
Um dos primeiros clientes massivos da solução foi o TJ-RJ, que adotou o DRS em 600 salas de audiência em 2010.
Entretanto, muito caminho ainda há para ser percorrido.
A ferramenta permite não apenas gravar audiências, mas também traz recursos de indexação para compartilhamento de material entre as partes, armazenamento e segurança, além de ser aderente ao processo de Justiça Virtual – e é aí que o novo o espera para ser dado.
“Até agora, nenhum tribunal adotou estes recursos”, comenta Barrios.
Alguns, porém, estão adiantados, como o TJ-GO, que usa a ferramenta gaúcha para geração da ata digital das audiências, com eletrônica.
Nos demais, as atas ainda são impressas e assinadas manualmente.
Além de desenvolver software da DRS, a Kenta têm projeto próprio para as câmeras e microfones adequados à solução.
Os equipamentos são fabricados por um parceiro chinês, mas é possível usar o sistema com outros produtos, conforme opção de cada tribunal.
“Trata-se de uma solução adaptável, que é integrada aos sistemas processuais utilizados pelos tribunais, com adequações únicas realizadas a cada implantação”, explica Barrios.
Tudo remotamente, a partir da sede da Kenta, que abriga 40 colaboradores em Porto Alegre.
A companhia, que tem certificações MPS.BR F e CMMI 2, prepara expansão do portfólio para fomentar o crescimento.
Além da DRS Audiências e uma versão da solução também para a área plenária, a companhia já conta com dois pilotos, em Minas Gerais e Goiás, testando uma ferramenta para inquéritos policiais.
Não há previsão de lançamento da nova ferramenta.