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Satya Nadella. Foto: divulgação.
Conhecida por manter o controle proprietário de suas tecnologias, a Microsoft anunciou esta semana uma decisão importante para abrir o SQL Server, seu software para gestão de dados, para uso em Linux.
Segundo analistas, a manobra aponta um novo caminho para a Microsoft, que desde a entrada do CEO Satya Nadella, está experimentando diferentes modelos de negócio para seus produtos.
No caso de abrir o SQL, o plano da empresa é atrair empresas que tem seus bancos de dados em outras sistemas operacionais para a o software da companhia, um dos mais populares no meio corporativo, concorrendo com empresas como Oracle.
Atualmente, a Microsoft tem 21,4% do mercado de gerenciamento de dados, à frente da IBM e SAP, mas atrás da Oracle, que tem 43% do market share. Para especialistas, deixar para trás a dependência do SQL no Windows pode atrair usuários.
Segundo dados do Gartner, em 2015 cerca de 3,6 milhões de servidores Linux foram vendidos. O número de servidores Windows caíram de 6,5 milhões para 6,2 milhões.
“Dados são o principal ativo agora. É uma oportunidade de expansão de mercado", afirmou Nadella em nota no blog da Microsoft ao comentar a decisão.
Entretanto, a mudança não é instantânea. Alguns clientes já devem trabalhar com uma versão Linux do SQL este ano, mas um lançamento comercial só deve aparecer no ano que vem.
A oferta em nuvem também entra no cenário para esta nova proposta. Atualmente, servidores Windows e Linux estão disponível na nuvem corporativa Azure, e Nadella anunciou que o SQL também deve ser levado para a plataforma.
A decisão em favor do Linux pode se estender a outros produtos da Microsoft, como a ferramenta de colaboração SharePoint, que pode ser adaptada para servidores Linux e para Azure.
O plano de Nadella vem no rastro de diversas mudanças realizadas pela Microsoft em sua política de software, abrindo mão gradualmente do controle geral sobre suas aplicações para funcionar em ambientes com diversos fornecedores de sistemas.
“Ele (Nadella) está pensando em construir uma nova arquitetura em uma forma mais coerente. A Microsoft quer ser uma companhia para todos os desenvolvedores, não apenas desenvolvedores de Windows", afirmou Merv Adrian, do Gartner, para o New York Times.