
Affonso Nina, presidente executivo da Brasscom.
Affonso Nina, ex-CEO da Sonda, acaba de assumir a presidência executiva da Brasscom, entidade formada pelas maiores empresas de tecnologia atuantes no país.
Nina substitui Sergio Paulo Gallindo, que esteve à frente da entidade por nove anos.
Assim como o antecessor, Nina fez carreira em grandes empresas do setor de TI. Até 2021, o profissional foi CEO da Sonda. Antes, ou por cargos de diretoria na HP (Hewlett-Packard), EDS (Electronic Data Services), GE Capital, Carlson Wagonlit e Genpact, entre outros.
Depois da saída da Sonda, Nina fez um ano sabático em 2022 e vinha atuando como investidor-anjo por meio da BR Angels nos últimos tempos.
O presidente executivo é quem toca o dia a dia na entidade, respondendo para um conselho de istração com 13 integrantes, liderado no momento pelo co-fundador da Totvs, Laércio Cosentino.
A principal pauta da Brasscom deve seguir a mesma com o novo presidente: a desoneração da folha de pagamento, pela qual as empresas do setor trocam o pagamento de contribuição de 20% sobre a folha pelo pagamento pela alíquota de 4,5% sobre o faturamento.
Colocada em curso no governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, a medida sempre esteve sob críticas do Ministério da Fazenda, mas vem sendo prorrogada desde então, a última vez em 2021, quando o prazo de expiração foi definido para dezembro de 2023.
A medida beneficia especialmente grandes empresas que contratam muitos funcionários CLT, assim como centros de desenvolvimento de multinacionais instalados no país, os dois públicos-chave da Brasscom.
A entidade tem cerca de 40 associados que reúnem os pesos pesados do setor, nacionais e internacionais, com nomes como Accenture, IBM, Politec, Softtek, TCS, Capgemini e Totvs.
Em setembro de 2020 a entidade inclusive veio à público para defender a criação de uma nova MF como uma maneira de manter a desoneração da folha de pagamentos.
A MF é um imposto que morde qualquer transação financeira, o que a torna uma medida interessante para o governo, mas impopular.
A primeira MF vigorou por uma década, entre 1997 a 2007. Tentativas de ressuscitar o imposto já circularam em 2008, 2011 e 2015.