
Porto Digital: renovando o Recife Velho. Foto: panoramio.com/photo/26902124
Case de grande sucesso de fomento setorial no Brasil, o Porto Digital – empreendimento instalado em Recife que atualmente abriga 200 empresas, com faturamento de R$ 1 bilhão – está se expandindo geográfica e conceitualmente.
Além disso, a organização, surgida como um Arranjo Produtivo Local (APL) em 2000, tem atraído a atenção de investidores como o Grupo Jereissati, que faturou R$ 10,8 bilhões no ano ado.
JEREISSATI ACELERA
Pela Jereissati Participações serão destinados R$ 35 milhões no projeto Armazém da Criatividade. Trata-se de uma aceleradora de negócios, que receberá esse total de aporte em cinco anos.
Empresas jovens com bom potencial de escalar, arão por uma imersão que os deixará, como diz o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya, “de cara com o pessoal do Venture Capital”.
O valor investido pela Jereissati será empregado na estrutura física do projeto – que será instalado no bairro Santo Amaro, vizinho ao Recife Velho, onde hoje está o Porto – e nas startups.
“Teremos condições de pegar os melhores projetos e dar um banho de loja para que sejam alavancadas”, diz Saboya.
De acordo com o diretor, a participação societária ainda não está definida. Mas, acrescenta, deve ficar dentro do percentual normalmente destinado às aceleradoras, entre 5% e 7%.
“Inicialmente, serão escolhidos até 10 projetos. Cada projeto poderá receber até R$ 40 mil a serem usados em internet, telefone e consultoria de negócios”, explica Antonio Machado, executivo do Grupo Iguatemi e presidente do Instituto Talento Brasil.
Ao final, acrescenta Machado, os projetos que estão na aceleradora devem apresentar um protótipo do produto e um plano de negócios.
PRESENÇA EM SÃO PAULO
Ainda nesse ano, as empresas que fazem parte do complexo, terão um escritório para viabilizar seus negócios em São Paulo.
“Queremos uma operação mais forte no Centro-Sul do país. Queremos atrair os investidores e compradores dessa região”, explica Saboya.
O escritório paulista foi inaugurado no dia 26 do mês ado.
Segundo Saboya, o escritório servirá como ponto de apoio para todas as empresas embarcadas no Porto Digital, muitas delas com clientes no Sudeste. A região representou 25% do total faturado em 2010 pelas companhias do Porto.
A ideia é que todas as empresas possam contar com a estrutura oferecida pelo Porto Digital na capital paulista, de forma a atrair investidores e potenciais clientes.
O espaço servirá também para que os empresários de São Paulo que tiverem interesse possam entrar em contato mais facilmente com as empresas do Porto Digital.
Não foi divulgado o investimento para a instalação do escritório na capital paulista.
SILICON VALLEY
São Paulo, no entanto,não é o limite. Até o primeiro semestre de 2013, diz Saboya, o Porto Digital quer ter uma empresa nos Estados Unidos que intermediará negócios entre as empresas do Porto e clientes norte-americanos.
A grande cartada nos EUA, no entanto, deverá ser uma aceleradora no Vale do Silício, na Califórnia.
Berço de empreendimentos como Apple, Google e Oracle, o Sillicon Valey habita o imaginário dos empreendedores de TI mas. Segundo Saboya, no entanto, a ideia é ter um projeto pé no chão.
Ou seja: "não vamos fazer um escritório comercial. Isso não faz sentido. Outros já tentaram e fracassaram. O que teremos é um programa de aceleração de 30 empreendimentos por três anos. Serão 10 empresas por ano", explica Saboya.
Segundo o diretor, os incubados recife-californianos ganharão o a mercados e ao funding nos Estados Unidos.
"Pode acontecer de algumas delas serem investidas ou compradas com uma condição especial para gerar um case de empresas que escalaram de um jeito diferente", projeta Saboya.
PORTO DIGITAL
Parque urbano, instalado no centro histórico da cidade do Recife, em uma área de 149 hectares, o Porto Digital é formado essencialmente por pequenas e médias empresas criadas na própria cidade do Recife.
Ao mesmo tempo, abriga grandes instituições multinacionais e brasileiras como Accenture, IBM, Ogilvy e Stefanini e projetos de P&D em parceria com Alcatel Lucent, Bematech, Motorola, Samsung, LG e HP.
As principais áreas de competência das empresas do PD são o desenvolvimento de sistemas de gestão empresarial, mobilidade urbana, games, animação e aplicações para dispositivos móveis, redes neurais e inteligência artificial para finance e banking, segurança de dados, e-learning, e-entertainment e outsourcing.