
De boas aqui, fiscalizando o cumprimento das normas de compliance. Foto: Pixabay.
Daniel Levoff, até setembro do ano ado chefe de Corporate Law da Apple, está sendo acusado pelos órgãos de monitoramento do sistema financeiro americano de ter usado informações privilegiadas da companhia para faturar no mercado de ações, prática conhecida como “insider trading”.
O irônico do assunto é que entre as atribuições do cargo de Levoff estava justamente implementar políticas que evitassem o insider trading, pelo que temos aqui um clássico clássico de uma raposa sendo paga um alto salário para fiscalizar o galinheiro.
De acordo com a SEC, equivalente do brasileiro CADE, Levoff incorreu na prática três vezes, revela a CNBC.
Em uma delas, em julho de 2015, o executivo vendeu US$ 10 milhões em ações da Apple, quase tudo que ele tinha, ao saber que a gigante de tecnologia divulgaria ao mercado resultados piores do que os esperados pelos analistas de mercado.
Quando os resultados ficaram disponíveis para o público, as ações caíram 4% e Levoff economizou US$ 345 mil em perdas. Em outras movimentações o executivo ganhou dinheiro, chegando a US$ 382 mil em dois anos, de acordo com a SEC.
Levoff foi colocado em licença em julho de 2018 e demitido alguns meses depois, em setembro, depois que as autoridades procuraram a Apple, o que parece indicar que as acusações são quentes.
Caso condenado, Levoff, um profissional de 44 anos, deverá devolver o dinheiro que ganhou mais juros, além de pagar multas e ser barrado de ser diretor de uma empresa pública. O executivo também enfrenta uma ação penal por fraude.