
Imagem conceitual de Toren. Foto: divulgação.
Um relatório do BNDES mostrou São Paulo e Rio Grande do Sul encabeçando o mercado de games no país, um segmento que deverá render cerca de US$ 844 milhões em 2018.
Segundo a entidade, a indústria de jogos digitais nacional deverá ter uma taxa de expansão de 13,5% ao ano, superando a média global de 6,3% de aumento anual. No mundo inteiro, o segmento faturou US$ 65,7 bilhões nominais em 2013 e deve chegar a US$ 89 bilhões em 2018.
No contexto nacional, o Rio Grande do Sul já é o segundo polo de produção, superado apenas por São Paulo. Do ponto de vista de produtoras, a Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais (ADJogos-RS), com 30 associados, já é a maior associação regional do país.
Apesar do potencial grande, o estudo mostra que as empresas que compõem o setor, tanto no Rio Grande do Sul como no resto do Brasil, tendem a ser fundamentalmente pequenas e médias empresas, sendo que mais de 70% delas têm ainda um faturamento inferior a R$ 240 mil por ano.
Por outro lado, 5% delas já atingiram um faturamento acima de R$ 2,4 milhões, atingindo desde plataformas como mobile e videogames, mas também produzindo conteúdo para marketing e publicidade, áreas de saúde, educação, defesa, treinamento e capacitação.
"A variedade de possibilidades de inserção de mercado dos jogos, que vai desde a operação via os consoles como o Playstation, da Sony, ou o X-Box, da Microsoft, ando pelos jogos operados via PC, até chegar às mais recentes plataformas mobile, assegura uma multiplicidade de es possíveis para os desenvolvedores", afirmou a Fundação de Economia e Estatística (FEE-RS), ao analisar os dados do BNDES.
Um exemplo do mercado gaúcho é o da Swordtales, primeira produtora brasileira a colocar um game na Playstation Store, loja de games digitais da Sony. Com o game Toren, a empresa já vendeu cerca de 40 mil cópias para PC e Playstation.
Outro ponto citado pela FEE é o da edição 2016 do Game Founder, o maior evento de aceleração de startups de games do mundo, que será realizado na Malásia e receberá três empresas brasileiras, sendo duas do RS.
Os estudos realizados sinalizam para as possibilidades de articulação de clusters de acordo com o modelo de Arranjos Produtivos Locais (APLs). A articulação dos empreendedores privados com o setor público, apoiados pelo conhecimento técnico desenvolvido nas universidades, potencializa o seu desempenho.
No Rio Grande do Sul, a Feevale, a Unisinos, a UniRitter e a PUC têm cursos em nível de graduação e pós-graduação na área. E a ADJogos-RS, em parceria com as três esferas de governo, já implementa o seu Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local de Jogos Digitais, previsto para ser oficializado este ano.
Em janeiro, o APL de Jogos Digitais recebeu R$ 150 mil em 18 meses para as chamadas “ações de governança”, que incluem a contratação de um executivo para coordenar as ações e promoções de cursos e capacitações.