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Bill McDermott. Foto: divulgação.
A SAP anunciou seus resultados para o ano fiscal 2015, mostrando um crescimento inédito no mercado de soluções em cloud, impulsionando sua receita em cerca de 18% em relação ao ano anterior. Por outro lado, a empresa teve queda em seu lucro.
A companhia fechou o ano com uma receita de € 20,8 bilhões, um avanço sobre os € 17,5 bilhões registrados em 2014. Já o lucro da companhia ficou em € 4,25 bilhões, redução de 2% sobre os € 4,33 bilhões do ano anterior.
O grande ponto destacado pela companhia alemã em seu relatório foi a ampliação de seus negócios em nuvem. Nos últimos doze meses, a companhia apontou um crescimento de 103% em novos contratos de nuvem, saltando de € 436 milhões para € 883 milhões em receita.
A receita de cloud e serviços em nuvem ainda é uma pequena parte do bolo total faturado pela SAP. Em 2015, foi um total de € 2,28 bilhões, enquanto a parte de software e licenças ainda compõe € 14,9 bilhões, cuja receita também teve crescimento no ano, 13%.
Um detalhe: no ano ado, a receita de cloud da companhia era de apenas € 1,08 bilhão, ou seja, a companhia teve um crescimento de 110% em doze meses.
Um grande impulsionador do aumento da receita em nuvem foi a Ariba, empresa comprada em 2012 e cujas soluções para redes eletrônicas de compra e vendas entre empresas e fornecedores (e-procurement), alcançaram um elevado nível de adoção.
Para Bill McDermott, CEO da SAP, os bons números contabilizados em 2015 mostram que o plano de reestruturação de negócios da companhia, baseado em ofertas em nuvem e um ecossistema baseado na tecnologia de processamento in-memory Hana, está em pleno andamento.
Segundo destacou a empresa em nota à imprensa, a América Latina é uma das principais responsáveis pelos 2,7 mil clientes em todo o mundo que adotaram softwares baseados em Hana.
“Nossa amplitude de visão na nuvem distinguiu a SAP de players tradicionais e provedores de soluções que estão na ponta da inovação. Estamos ganhando em nuvem e software, com crescimento de receita e estamos confiantes que continuaremos assim no futuro", afirmou o CEO.
Ao falar dos players tradicionais, McDermott provavelmente mandou uma cutucada indireta em empresas como Oracle, que também querem sua fatia do bolo na nuvem, inclusive provocando a SAP. No ano ado, o fundador da Oracle, Larry Ellison, chegou a afirmar que a SAP "não existe" na nuvem.
Entretanto, os números apontam outro cenário. Em 2015, a empresa de Ellison anunciou uma expectativa de fechar o ano com uma receita de US$ 1,5 bilhão em sua receita cloud, chegando a US$ 2 bilhões em 2016. A SAP, em cerca de um ano, já ou essa marca.
Para 2016 e 2017, a empresa aumentou suas metas de crescimento, prevendo novamente um índice de 100% para seu desempenho em cloud, ficando em algo entre € 3,8 e € 4 bilhões. Para 2017, essa receita pode chegar a € 7 bilhões.
Quanto à receita total, a companhia espera um total de € 23 a € 23,5 bilhões em 2017, crescendo cerca de 10% nos próximos 24 meses. O lucro esperado é de € 6,7 bilhões.
"A empresa agora espera que o total de receitas em cloud e serviços componham um total de 63 a 65% da receita total da em 2017", afirmou a multinacional em nota", apontando um futuro cada vez mais focado em nuvem e menos em licenças de ERP.