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Cleber Prodanov. Foto: divulgação.
Está aberta a corrida espacial no Rio Grande do Sul. No entanto, em vez de foguetes e ônibus espaciais, entra em cena o desenvolvimento de tecnologias aeroespaciais pelas empresas gaúchas.
Nesta quarta-feira, 05, o governo estadual deu início à este processo, instalando a comissão especial para a criação do polo, de olho em investimentos de até R$ 9 bilhões previstos pelo governo ao segmento espacial.
Com a comissão, o estado segue o protocolo de intenções assinado em Israel no início de maio, que prevê o fomento para pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, através de incentivos financeiros, fiscais e de infraestrutura.
A reunião, que contou com a presença do vice-presidente de Operações da AEL Sistemas, Vitor Neves, o presidente da Telebrás, Caio Bonilha e o presidente da Agência Espacial Brasileira, José Raimundo Braga Coelho marcou a primeira movimentação para seguir o compromisso.
Segundo o secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, esta comissão iniciará as conversas para um plano para o polo aeroespacial. O primeiro o é conhecer as tecnologias disponíveis e as que podem ser desenvolvidas pelas companhias gaúchas.
"Temos empresas e universidades com tecnologias avançadas e grande potencial, que alinhadas ao apoio do estado e aos investimentos do governo federal, poderão produzir tecnologias e componentes", destacou, citando exemplos como Get Net, Digicom e TSM.
Entre as universidades gaúchas, participam da iniciativa a UFRGS, PUC-RS e Unisinos, que estiveram na missão em Israel, e a Universidade Federal de Santa Maria.
Para Caio Bonilha, estas conversas prepararão o estado para as próximas etapas do programa espacial nacional, cujo plano envolve o investimento de cerca de R$ 9 bilhões na construção de 16 satélites nos próximos anos.
O primeiro satélite, que será de comunicação, já foi adquirido. No segundo semestre, o governo abrirá o edital para a aquisição das tecnologias embarcadas, com a participação de empresas estrangeiras.
Conforme destaca o presidente da Telebrás, o plano é que para os próximos satélites, que virão a partir de 2017, as peças e softwares sejam fornecidos por fabricantes locais.
"Teremos satélites de comunicação, segurança, telemetria, meteorologia, abrindo espaço para várias empresas e soluções", ressalta.
Atualmente, o Brasil conta somente com um pólo dedicado ao desenvolvimento aeroespacial, localizado em São José dos Campos.
Segundo o governador Tarso Genro, a proposição do estado em criar um polo aeroespacial foi bem recebida. "O Ministério da Ciência e Tecnologia e a Agência Aeroespacial afirmaram não só é possível, mas que eles estão entusiasmados com o fato do governo ter tomado essa iniciativa", afirmou.