Troca-troca de empresas aquecido em POA 51613k

Em 2011, estiveram aquecidas as contratações em cargos de média gerência – salários de R$ 5 mil a R$ 15 mil – em Porto Alegre.

Do total, 95% das posições foram preenchidas por profissionais que já estavam empregados por, em média, dois anos.

A avaliação é da Asap, consultoria de recrutamento e seleção de profissionais de média gerência, e também aponta que os executivos que mudaram de emprego no ano ado tiveram aumento salarial de 20% a 30%.

Setor troca-troca
No quadro geral, a TI se destaca como um dos setores de maior frequência na troca de empregos.

“Os profissionais de média gerência da tecnologia trocam de empresa, em média, a cada ano, com aumento salarial de 30% a 40%”, afirma Ricardo Haag, sócio-gerente da Asap. “Temos a sensação que a TI vive um momento de pleno emprego no Rio Grande do Sul”, completa.

Líder
A TI, entretanto, não foi a área que comandou as contratações em Porto Alegre no último ano: em primeiro lugar, ficou o mercado automotivo e toda a cadeia em torno dele.

A indústria ficou com cerca de 58% dos projetos atendidos pela Asap.

Carência
Apesar da alta na empregabilidade, a velha e chorada carência de mão de obra segue em evidência.

“Atualmente, temos mais posições disponíveis no mercado do que profissionais qualificados”, afirma Haag.

Ruim para as empresas, ruim para quem não tem toda a qualificação necessária, mas bom para quem consegue os cargos: segundo o sócio-gerente da Asap, a procura maior que a oferta acarreta uma “inflação salarial”.

Além disso, a disputa por talentos é o que explica o elevado índice de contratação de profissionais já empregados.

“Os movimentos de retenção estão cada vez mais frequentes e agressivos. As estruturas estão enxutas e o crescimento, generalizado”, destaca Haag.

Para a Asap, o aquecimento das contratações e trocas de empregos em Porto Alegre também resultaram em crescimento.

“No ano ado, crescemos 30,4% sobre 2010”, finaliza o sócio-gerente, que assumiu a unidade gaúcha da consultoria em 2009.

Formado em Economia pela PUC-RS, Haag tem especialização em Mercado de Capitais pela Apimec Sul – UFRGS e MBA em Gestão Empresarial pela UFRGS.

Tendência
Outra pesquisa, realizada pelo Grupo Michael Page, também indica a tendência de troca de emprego entre profissionais em início de carreira e de média gerência.

Conforme o estudo, realizado em dezembro do ano ado com cerca de 500 pessoas entre 23 e 40 anos, em 2012 60% dos profissionais de média-alta gerência pretendem buscar novas oportunidades no mercado, tanto no próprio setor ou em diferentes áreas.

Dentre os em início de carreira, 48% do pretendem trocar de emprego, tanto em seu setor quanto em outros.

Entre os “seniores”, o estudo revela, ainda, uma preocupação com a especialização: 21,7% projetam investir em aprimoramento este ano.

Rotina
O desejo de mudar de emprego, porém, não é uma novidade entre os executivos brasileiros.

No começo do ano ado, uma pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half mostrou que, no país, 45% dos executivos de grandes empresas planejavam mudar de cargo ou de companhia.

Foram ouvidos 500 executivos e, destes, 71% acreditavam que as empresas brasileiras fariam novas contratações ainda no primeiro semestre de 2011, em função da crença na expansão dos negócios por conta do bom momento do Brasil frente à tormenta nos mercados globais.