
61% das fontes renováveis utilizadas serão de origem solar. Foto: Pexels.
A Vivo anunciou que ará a produzir sua própria energia por meio do modelo de geração distribuída em todas as regiões do Brasil, com usinas operando em 23 estados além do Distrito Federal.
Segundo a operadora, 61% das fontes renováveis utilizadas serão de origem solar, 30%, hídrica e 9%, de biogás.
O projeto deve responder por mais de 80% do consumo da empresa em baixa tensão, atendendo mais de 28 mil unidades como lojas, torres, antenas, equipamentos de telecomunicações e escritórios.
Além de contribuir com o meio ambiente por ser renovável e de baixo impacto, a medida deve gerar à Vivo uma grande economia anual nos gastos com energia. A empresa não especificou qual seria essa projeção em cifras, afirmando que são “reduções relevantes de custo".
O modelo teve início em 2018 no estado de Minas Gerais, área de concessão da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), com o abastecimento das mais de 3 mil estações rádio base da empresa.
No projeto em parceria com a Hy Brazil, está contemplado um conjunto de usinas de fonte hídrica com capacidade de 22,4 MW.
Nesta segunda fase, o modelo está sendo expandido para o restante do país. Duas usinas já estão em operação: no município de Aripuanã, no Mato Grosso, e na cidade de Campinas, no estado de São Paulo.
No Mato Grosso, área de concessão da Energisa MT, a usina em parceria com a empresa Centrais Elétricas Salto dos Dardanelos iniciou sua operação em março deste ano, com capacidade de 3,5 MW produzida a partir de fonte hídrica.
Já a usina de Campinas é de fonte solar e está instalada em uma área de 80 mil m² em parceria com a TMW Energy. Ela iniciou a operação em junho, com capacidade de 4,77 MW na área de concessão da FL Paulista.
O cronograma de expansão segue nos próximos meses, com investimentos realizados pelas empresas contratadas e contrapartida de uma parceria de até 20 anos com a Vivo.
Com todas as usinas operando, a Vivo produzirá cerca de 670 mil MWh por ano, o suficiente para abastecer todo o consumo de uma cidade de até 300 mil habitantes.
Somente no caso das usinas solares, a área total espalhada por todo país ao final do processo de instalação será o equivalente a 350 campos oficiais de futebol.
"A obtenção de energia por meio da geração distribuída, em pequenas usinas, próximas aos pontos consumidores, contribui para minimizar as perdas no sistema de distribuição, além de reduzir as emissões de CO2 e evitar impactos de grandes empreendimentos no meio ambiente e comunidade", ressalta Caio Guimarães, diretor de patrimônio da Vivo.
A Vivo tornou seu consumo totalmente renovável em novembro de 2018 por meio da aquisição de certificados de energia, os International Renewable Energy Certificates (I-RECs) de fonte eólica.
Até então, a empresa tinha um cenário com consumo de 26% de energia proveniente de fontes renováveis, obtidas tanto no mercado livre como em geração distribuída.
Em 2019, a energia proveniente de fontes renováveis permitiu à empresa reduzir 50% de suas emissões diretas e indiretas de CO2 e viabilizou a neutralização de suas emissões dos gases causadores do efeito estufa.
No ano ado, a Vivo teve uma economia de cerca de 7% no uso de energia e, com a expansão da geração distribuída, a expectativa é aumentar a eficiência e reduzir o consumo, além de reduzir a aquisição de certificados nos próximos anos.
Para isso, a empresa deve investir na modernização da rede, desligar equipamentos obsoletos e substituí-los por ativos mais modernos, com maior capacidade de informação e igual ou menor consumo.
No último ano, as iniciativas da Vivo no campo da eficiência energética compensaram 120 GWh, energia suficiente para abastecer mais de 57 mil residências populares.
A Telefônica Brasil, dona da Vivo, faz parte do Grupo Telefónica, um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, com 344 milhões de os e receita de € 48,4 bilhões em 2019.
No segmento móvel, a Vivo tem 74,7 milhões de os e responde por 33% do market share no país, a maior participação de mercado, estando presente em 4,5 mil cidades.
Outras operadoras que atuam no Brasil também têm diversificado sua matriz de consumo. A Claro, por exemplo, deve gerar 80% da energia consumida pela empresa, mais de 600 mil MWh/ano, em suas usinas fotovoltaicas até 2021.
Já a Oi começou em abril a operação da primeira fazenda solar de suas 25 unidades de energia previstas para este ano.
A Tivit, multinacional brasileira de soluções digitais, pretende usar 100% de energia limpa em suas operações a partir de 2022. A empresa aposta, porém, exclusivamente na geração de energia eólica.