VENDAS

Grendene: e-commerce 100% em casa até janeiro 4m6m3e

Calçadista lançou primeira loja virtual em 2001 e, 20 anos depois, está internalizando processo. 563142

02 de setembro de 2020 - 15:07
Paulo Pedo, diretor de negócios digitais da Grendene. Foto: divulgação.

Paulo Pedo, diretor de negócios digitais da Grendene. Foto: divulgação.

A Grendene, fabricante de marcas como Melissa, Grendha, Zaxy, Rider e Ipanema, começou a internalizar suas lojas virtuais e pretende ter o e-commerce com tecnologia totalmente desenvolvida em casa até janeiro de 2021.

Até então, todas as marcas da companhia tinham lojas virtuais hospedadas na plataforma de um fornecedor externo, do qual a empresa prefere não divulgar o nome. A empresa continua terceirizando a operação até o final do projeto de e-commerce proprietário.

“Foi um parceiro muito bom. Durante 20 anos a gente atuou com eles, mas a evolução do processo, se a gente quisesse dar saltos maiores, não poderia mais continuar nesse formato de revenda de produtos via um terceiro”, conta Paulo Pedo, diretor de negócios digitais da Grendene.

Segundo a empresa, ter um terceiro no meio da cadeia sempre diminui o contato com o consumidor e, trazendo isso para dentro de casa, é possível ter um processo mais próximo do cliente.

A mudança deve trazer ganhos de eficiência e operacionais, além de possibilitar uma melhor oferta para o consumidor através de uma maior amplitude de estoque, por exemplo, de acordo com a companhia.

A Grendene aposta há tempos em desenvolvimento interno quando o assunto é tecnologia. 

No tema software de gestão, por exemplo, a empresa implementou no final dos anos 90 o ERP da Datasul, desenvolvido de maneira altamente customizada desde então por uma equipe interna de TI. 

Em 2014, algumas partes foram migradas para o Totvs 11, mantendo as customizações em módulos como produção e logística que totalizam 70% do sistema.

A decisão se deu apesar do assédio de outros players de ERP como a SAP, que queriam oferecer a sua solução padrão de mercado. Até hoje, a Grendene está entre os maiores clientes da Totvs.

O primeiro e-commerce interno da Grendene já foi lançado em agosto e é da Zaxy, marca de calçados de plástico, como a Melissa, mas com um posicionamento diferente e preços mais baixos.

“Começou pela Zaxy porque ela é uma marca que tinha aderência, ou seja, vendia bem no canal, mas não é tão grande quanto a Melissa e a gente podia começar isso de forma mais consciente, fazendo um o a o” explica Pedo.

A segunda loja a entrar para a plataforma interna será da marca Melissa para os Estados Unidos, com lançamento em setembro. A Melissa foi a primeira calçadista a ter uma loja virtual no Brasil, em 2001.

Nos próximos meses, mais de sete lojas devem entrar do projeto. Para isso, a Grendene segue criando uma plataforma com todas as suas marcas em sua divisão de Digital Commerce. 

Atualmente, são 21 pessoas trabalhando no projeto, mas o número pode chegar a cerca de 60 ou 70 até o final deste ano, de acordo com a necessidade. 

Parte da equipe está no headquarter da Grendene, que fica em Farroupilha, município da serra gaúcha.

A outra está em Sobral, polo calçadista no interior do Ceará, onde fica a principal fábrica da empresa e os seus estoques. Para atender à demanda, outro centro de distribuição será inaugurado em Fortaleza.

De acordo com a Grendene, os investimentos na área tiveram início no ano ado e seguiram no primeiro semestre de 2020, mesmo com a pandemia do novo coronavírus.

“Os investimentos na área de digital não foram parados dentro da empresa. Durante a pandemia, com certeza a gente teve uma redução de investimentos, que foram congelados, mas na questão do digital a gente acelerou isso”, destaca Pedo.

Além da internalização das lojas virtuais, a empresa está investindo em dois outros projetos de transformação, com a ambição de percorrer cinco anos em dois. 

O primeiro é voltado para fomento interno da cultura digital, feito com a Universidade Grendene através de treinamentos que envolveram todas as áreas da companhia. Agora, está em estruturação um grupo multidisciplinar com cerca de 100 pessoas, que será responsável por difundir o tema entre os 18 mil colaboradores da companhia.

No segundo projeto, a empresa criou o Bergamotta Works, um laboratório de inovação localizado em Porto Alegre, onde a equipe trabalha com métodos ágeis e Minimum Viable Products (MVPs), ou produtos minimamente viáveis, em português.

Com o objetivo de desenvolver novas formas e canais de o ao consumidor, a empresa fez um funil que começou com 50 ideias de projetos e priorizou-os até chegar em 13, que estão em desenvolvimento atualmente.

Em alguns deles, a inovação deve ser realizada internamente, enquanto outros serão desenvolvidos junto a startups. Para isso, a Grendene é sócia fundadora do Instituto Caldeira, que faz parte do Pacto Alegre, iniciativa para promover um ambiente favorável à inovação na capital do Rio Grande do Sul.

A empresa quer trabalhar no processo de inovação aberta, onde se coloca um desafio e as startups que tiverem aderência am a fazer parte do sistema de inovação. Assim, as startups devem entrar no processo de acordo com a demanda dos projetos do lab.

No Bergamotta Works, trabalham cinco pessoas e a ideia é chegar a sete até o final do ano.

“A tendência é que a gente chegue cada vez mais na omnicanalidade, com o consumidor escolhendo aonde ele quer comprar o nosso produto, seja no e-commerce, nas franquias, nos clubes Melissa, nas lojas multimarca ou até mesmo em outros canais que a gente nem imagina hoje”, projeta o diretor de negócios digitais da Grendene.

Fundada em 1971, a Grendene é detentora das marcas Melissa, Grendha, Zaxy, Rider, Cartago, Ipanema, Pega Forte e Grendene Kids. Em 2019, a companhia registrou lucro líquido de R$ 495 milhões.

A empresa possui cinco unidades industriais no Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul, além 11 fábricas — com capacidade instalada para produzir 250 milhões de pares ao ano. Seus produtos alcançam 65 mil pontos de venda no Brasil e 60 mil fora do país.

Leia mais 6z23s

SERVIÇOS

Tumelero: ajudinha pelo WhatsApp 6924n

Há 1726 dias
QUADRADOS

VTEX promovida no Quadrante do Gartner 5r494v

Há 1728 dias
VÍDEOS

Walmart se junta com Microsoft para levar TikTok 731v4r

Há 1732 dias
AQUISIÇÃO

FCamara compra OmniK por R$ 5 milhões 2a5y62

É TETRA

Magazine Luiza compra Stoq 2f542j

CALÇADO

Marcas da Paquetá apostam em e-commerce 6u1r3o

VAREJO

Lojas CEM aposta no S/4 Hana 28p73

CERTIFICAÇÃO

Almaviva recebe PCI DSS 6boz

PARAFUSOS

Ciser adota Hybris para e-commerce 1z2n24

ECOSSISTEMA

Machismo resiste na área de tecnologia 621pl