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A Shein começou a ganhar fama a partir de 2015, quando conquistou um público mais jovem, de 12 a 27 anos. Foto: Depositphotos
A Shein, gigante chinesa de fast fashion, movimentou R$ 7,1 bilhões em produtos no mercado de moda on-line brasileiro em 2022, conforme uma pesquisa realizada pela Aster Capital.
O valor é mais do que o total combinado de diversos concorrentes de peso no varejo de moda tradicional.
A Renner teve R$ 1,5 bilhão movimentados, a Soma teve R$ 1,2 bilhão, a Arezzo, R$ 1 bilhão, e Guararapes/Riachuelo e C&A não chegaram a marca do bilhão: as empresas movimentaram R$ 619 milhões e R$ 511 milhões respectivamente.
O competidor da Shein é uma empresa é o Mercado Livre, um market place que não é muito associado com o universo da moda, mas mesmo assim transacionou R$ 6,5 bilhões no mercado.
Nos cinco primeiros lugares aparecem a Magazine Luiza, com R$ 3 bilhões movimentados, a Dafiti, com R$ 2,5 bilhões e a também chinesa Shopee, com R$ 2,1 bilhões.
Juntas, as empresas movimentaram cerca de R$ 21,2 bilhões no último ano.
Segundo o NeoFeed, se fizermos as contas, juntas, a dupla da liderança ganha de R$ 13,6 bilhões contra R$ 7,3 bilhões dos demais varejistas tradicionais (sem incluir Magazine Luiza e Shopee).
“Empresas como Renner, Guararapes e C&A têm um desafio pela frente por conta da situação de crédito e da Shein, que atende um público semelhante e tem uma força assustadora”, diz Rodrigo Nasser, sócio e managing partner da Aster Capital, para o NeoFeed.
Sua principal concorrente, a famosa Renner, teve suas ações rebaixadas de R$ 35 para R$ 25 em um relatório do Bank of America (BofA), que descobriu que, em 18 itens varejista de moda, os preços são 2,7 vezes maiores que os da Shein.
Em 2021, o aplicativo da varejista chinesa teve 23,8 milhões de s no Brasil, com desempenho três vezes maior que a Lojas Renner, sendo o mais baixado no setor de moda, segundo o relatório do Goldman Sachs, com base em dados da consultoria Sensor Tower.
Fundada em 2008, a Shein começou a ganhar fama a partir de 2015, quando conquistou um público mais jovem, de 12 a 27 anos.
A fama foi impulsionada principalmente pelo aplicativo de vídeos rápidos TikTok.
Com hashtags que chegam a mais de 100 milhões de visualizações, a empresa ficou famosa com vídeos de pessoas mostrando a expectativa vs. realidade das compras, divulgação de cupons de desconto e avaliando as peças da marca.
Em 2021, a Shein vendeu cerca de US$ 16 bilhões em roupas globalmente e ultraou a Amazon como o aplicativo de compras mais popular dos Estados Unidos.
A empresa tem planos de abrir um IPO nos Estados Unidos, de acordo com a Reuters, com o objetivo de buscar uma avaliação de US$ 100 bilhões.
Para fazer isso, a Shein precisa ser mais transparente em como produz suas peças. No "Índice de transparência da moda de 2021", da Fashion Revolution, a empresa atingiu a marca de 1%, em um total de 100%.
Com esse número, ela esteve entre as 21 empresas mais mal avaliadas entre 250 companhias.
Além de denúncias de trabalho análogo a escravidão, a Shein também possui acusações de produzir peças que são cópias de diversas marcas, o que é um cenário conhecido para várias fast fashions do mundo.