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South Summit emplaca em Porto Alegre 355si

Evento teve participação acima das expectativas e elevou a autoestima da cidade. 3v17b

11 de maio de 2022 - 09:33
María Benjumea, fundadora do South Summit. Foto: Marcos Nagelstein/ Agência Preview/ divulgação.

María Benjumea, fundadora do South Summit. Foto: Marcos Nagelstein/ Agência Preview/ divulgação.

O South Summit, evento global de inovação que aconteceu em Porto Alegre na última semana, acabou com um balanço de números que chamam a atenção. Para além dos cálculos, uma opinião é unânime: o saldo dessa conta é positivo para a capital gaúcha. 

Os três dias de feira tiveram as vendas de ingressos esgotadas, totalizando mais de 20 mil participantes de 50 países. Foram cinco palcos com atividades paralelas e mais de 500 palestrantes, sendo 50 deles internacionais.

O anúncio da vinda do evento para Porto Alegre foi feito em outubro de 2021, quando Eduardo Leite, o então governador do Rio Grande do Sul, e Sebastião Melo, prefeito da cidade, foram à Espanha em uma missão com mais de 50 participantes.

Antes disso, uma negociação vinha acontecendo discretamente há um ano, liderada pelo empresário José Renato Hopf, CEO da 4All e conhecido pelo seu papel na criação da Getnet. 

Na época, a estimativa era atrair 15 mil pessoas ao evento, que teve um orçamento total de R$ 1,5 milhão, bancado por 25 empresas. 

Já na cerimônia de abertura, na última quarta-feira, 4, Hopf e María Benjumea, a espanhola que fundou o South Summit, já comemoravam as expectativas superadas.

“Essa cidade é a grande cidade da inovação e do empreendedorismo. Estou muito feliz e sei que daqui vão sair muitos negócios e muita gente com muita vontade de fazer acontecer”, declarou Benjumea.

Pelo menos em termos de público, as cifras do South Summit em Porto Alegre estão perto da edição original.

Em 2019, o último ano em que o evento aconteceu em circunstâncias normais, foram 20 mil participantes para Madri, incluindo representantes de 6,5 mil startups e 1,1 mil investidores.

No quesito investidores, a versão brasileira foi mais tímida, chegando ao número de 450, incluindo 20 fundos internacionais com uma carteira de investimento que soma mais de US$ 65 bilhões.

Telmo Costa, CEO da Meta, uma das patrocinadoras do evento, ressaltou o poder de articulação conjunta entre iniciativa privada, governo estadual, governo municipal e entidades.

“Juntar isso fez com que a gente conseguisse trazer um dos maiores eventos do mundo para realizar ele pela primeira vez fora da Europa. Tu pode sentir o resultado do esforço quando todas as partes estão envolvidas com o mesmo objetivo”, salienta Costa. 

O executivo conta que viu no South Summit Brazil a mesma efervescência vista no exterior em 2019, quando foi à Alemanha, China, Estados Unidos, Canadá e Israel conhecer seus ecossistemas.

“Se a gente pegar de 2020 para cá, vemos a quantidade de ecossistemas que surgiram e cresceram muito fortes, de unicórnios e de fundos internacionais que vieram. Tudo isso não é de graça, isso mostra que existe um mercado emergente. No fundo, esse evento evidenciou tudo isso que a gente está vivendo nos últimos anos e deu visibilidade global para o que está acontecendo aqui no Brasil. Realmente foi um momento ímpar”, destaca Costa.

Pedro Freitas Valério, CEO do Instituto Caldeira, deu destaque ao mercado de inovação da capital gaúcha, classificado por ele como pujante e com uma abundância de startups. Para Valério, a visão vai muito além do evento.

“Essa plataforma inicia hoje, mas tem uma perpetuidade para podermos gerar esse intercâmbio e uma troca permanente com o resto do mundo. Temos um cuidado para não viver de euforia, mas estamos muito entusiasmados com o momento dentro do Rio Grande do Sul. A gente tem todas as ferramentas necessárias para vislumbrar um estado muito competitivo nos próximos anos”, afirmou Valério em um dos painéis.

Para se ter uma ideia, o South Summit sediou a final de uma competição de startups com 1 mil inscritas de 76 países, das quais 50 foram selecionadas, sendo 17 delas gaúchas e 10, porto-alegrenses.

Das cinco vencedoras, quatro fazem parte do Instituto Caldeira, um hub de inovação bancado por grandes empresas do estado.

O hub fica no Quarto Distrito, área industrial de Porto Alegre que estava em decadência desde os anos 1970 e hoje a por uma revitalização na qual o  movimento da nova economia na capital tem um papel central.

Frederico Renner, um dos idealizadores do Caldeira e bisneto do fundador da Lojas Renner, conta que, quando a história de fomento da região começou, as perspectivas não pareciam boas.

A Gerdau, uma das âncoras da economia gaúcha, havia acabado de transferir sua sede para São Paulo, uma decisão entre várias semelhantes na época que pareciam indicar uma tendência de perda de importância econômica para a capital gaúcha.

“Então existia essa necessidade dos negócios se reinventarem e, pela primeira vez, os gaúchos se abraçaram e trouxeram um pouco desse conceito de comunidade, ou seja, vamos fazer algo juntos para sermos mais fortes juntos”, relembrou Renner. 

O empresário também destacou a presença das universidades no cenário, pois, na época, o Pacto Alegre, uma iniciativa liderada por PUC-RS, Unisinos e UFRGS visando promover o ecossistema de inovação na capital gaúcha, já estava bem desenvolvido. 

“A primeira lição que aprendemos em gestão de ecossistema é que gente boa atrai gente boa. Ninguém é bom sozinho, cada um de nós, atores do ecossistema, vai ser melhor quanto melhores forem aqueles que estão com a gente. Essa é a regra: estarmos com os melhores e nós seremos os melhores”, compartilhou Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUC-RS.

Camila Borelli, cofundadora e CEO do Nau Live Spaces, outro hub da região, também destacou que, para um ecossistema funcionar, ele precisa de vários agentes e isso está sendo encontrado em Porto Alegre. Prova disso é o evento que a cidade recebeu. 

Para João Ramos, CEO da BS Project, o que o município está vivendo é uma “primavera”, com o Quarto Distrito, o Instituto Caldeira e tantos outros espaços, além de um evento desse porte. Dessa forma, a cidade está se tornando cada vez mais atraente.

“Quando eu voltei do Vale do Silício eu falava: ‘a gente volta do Vale catequizado e não tem onde rezar'. Hoje, temos uma porrada de igrejas e temos que mostrar isso para o Brasil todo e fazer Porto Alegre entrar no mapa. Esse evento é um outro sinal disso”, resumiu Renner.

A localização do South Summit, no Cais do Porto, uma área de docas no coração de Porto Alegre, reforça também a impressão de revitalização na capital gaúcha. Depois de duas décadas de idas e vindas, o espaço está começando um processo de revitalização, celebrado em muitas fotos dos participantes do evento no Instagram.

Mais de 2,5 mil empreendedores participaram do South Summit, além de 7,5 mil representantes de empresas internacionais. Por meio do aplicativo do evento, mais de 40 mil contatos foram realizados.

Para 2023, uma nova edição do evento já está sendo negociada. No encerramento, Ranolfo Vieira Júnior, atual governador do Rio Grande do Sul, entregou um ofício à fundadora do South Summit formalizando o interesse em receber a próxima edição.

A intenção é de que ela aconteça entre 23 e 26 de março, na semana do aniversário de Porto Alegre. 

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