
Andiara Petterle.
O Grupo RBS vai fechar até o final do semestre a sua operação no Tecnopuc, parque tecnológico da PUC-RS em Porto Alegre.
A informação é de fontes de mercado ouvidas pelo Baguete e foi confirmada por meio de nota pela vice-presidente de Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS, Andiara Petterle.
De acordo com Andiara, a medida será implementada nos próximos 60 dias e visa promover maior integração entre o time hoje instalado no Tecnopuc e os jornalistas na sede da empresa.
Segundo a reportagem do Baguete pode averiguar, nem todos os funcionários foram transferidos: nas últimas semanas teriam ocorrido cerca de 25 demissões.
A RBS não abriu números sobre demissões e transferências. Também não há informações exatas sobre quantas pessoas trabalham no centro do Tecnopuc, criado em 2011.
Em agosto do ano ado, o presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer divulgou uma carta aos funcionários explicando o corte de jornalistas em algumas redações da empresa, na qual era mencionada a meta de fechar 2014 com 100 funcionários no Tecnopuc.
A cifra era a mesma estabelecida quando da abertura do centro, o que indica que o espaço não chegou a decolar como projetado inicialmente.
Andiara, que foi nomeada para o cargo em outubro de 2014 e assumiu em março desse ano, parece ter decidido por uma virada de direção.
“Nosso negócio é o jornalismo e estamos fortalecendo essa frente. A experiência no Tecnopuc foi excelente para gerarmos inovação. Agora, é extremamente importante aproximarmos as equipes e levarmos a inovação de volta para dentro da redação”, destaca Andiara.
Ainda de acordo com a executiva, o foco a a ser a busca de excelência no modelo de s online e a melhoria permanente do produto para o leitor.
Segundo o Baguete pode averiguar com fontes da empresa, a palavra-chave do momento dentro da RBS é “conteúdo de qualidade” como chamariz para s dispostos a pagar por ler notícias online.
Dentro dessa nova ordem de coisas, a empresa parece menos disposta a investir no desenvolvimento de aplicativos, um dos possíveis focos de uma equipe como a existente no Tecnopuc.
Em nível editorial, segundo as fontes do Baguete, a RBS pretende dar marcha ré no processo de “buzzfeedização do conteúdo”, ou, para aqueles que não estão familiarizados com o site americano Buzzfeed, a aposta em listas engraçadinhas e conteúdo não estritamente jornalístico como uma forma de atrair clicks.
A saída da RBS do Tecnopuc coincide com a abertura no mesmo local de um centro de desenvolvimento da Globo.com focado em plataformas de publicação, vídeo e dados para sites como sites G1, globoesporte.com, gshow, Ego e Techtudo.
Talvez, a Globo.com atenda parte das necessidades de desenvolvimento da RBS, de longe a afiliada de transmissão da Globo com a presença online mais sofisticada.
A RBS também pode buscar no mercado soluções que atendam suas necessidades. Em março, o fundo de investimentos em tecnologia da empresa, o e.Bricks, colocou junto com um parceiro um segundo aporte R$ 6 milhões na Rock Content, startup mineira de marketing de conteúdo.
Dos cerca de R$ 300 milhões que a RBS colocou em compra de participações em oito empresas de internet nos últimos anos, uma parte foi para outros negócios relacionados, como a Predicta (Andiara era CEO da Predicta), companhia especializada em web analytics e companhias de marketing e publicidade Grupo.Mobi e Hi-Midia.
Finalmente, a visibilidade do conteúdo do grupo é um grande atrativo para todo tipo de startups, sem necessidade de gerar custos internamente com ideias que não funcionam.
Recentemente, por exemplo, a RBS usou um aplicativo de análise de dados da Fight Analytics no seu portal ClicRBS para acompanhar o UFC 185, evento de MMA realizado em Porto Alegre no início de março.