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Fábio de Brito, Fernando Monteiro e Lucas Sanchez (no note) são os sócios da Fight Analytics. Foto: divulgação.
Um esporte em crescimento de popularidade no mundo (e também no Brasil), o MMA é visto por muitos como um espetáculo de violência. Entretanto, para os mais aficcionados, é uma modalidade de grande estratégia. Para atender a esse segundo público, uma startup criou o Fight Analytics, aplicação que usa inteligência para analisar dados das lutas.
A startup, que leva o mesmo nome de seu produto e é uma das aceleradas pela gaúcha Estarte.me, criou um app de segunda tela que apresenta informações das lutas e estatísticas em tempo real.
A solução funciona em plataforma web e foi testada pela primeira vez em uma parceria da companhia com o portal ClicRBS, que usou o Fight Analytics para acompanhar o UFC 185, evento de MMA realizado em Porto Alegre no início de março.
A ideia do aplicativo partiu dos amigos e sócios Fábio de Brito, Lucas Sanchez e Fernando Monteiro. Fábio, que é professor de Muay Thai e jornalista, viu a carência de dados estruturados para o esporte.
"Mesmo sendo um esporte com grande cobertura da mídia, as estatísticas usadas são rudimentares, apenas com dados históricos, com informações bem menos detalhadas do que em outras modalidades, como basquete e futebol americano", afirma Brito.
Antes de desenvolver o software, trabalho realizado por seus sócios na startup, Fábio trabalhou por seis meses na criação de uma metodologia para o analytics, assistindo lutas e definindo critérios.
"O software apresenta informações como número de golpes desferidos, golpes contundentes, tentativas de queda, controle de ringue, entre outras. Além de contabilizar números sobre as lutas, a aplicação também faz um acompanhamento lance-a-lance dos combates", explica o empresário.
Definida a metodologia e desenvolvido o software, o Fight Analytics ficou pronto no final de 2014. O valor investido pelos sócios na criação da ferramenta não foi aberto.
Depois do teste realizado no ClicRBS, a startup pretende levar seu produto para outros grupos de mídia, nacionais e internacionais. De acordo com Brito, a expectativa é fechar cinco contratos até o final do ano.
"Estamos focando principalmente em sites especializados em MMA, levando estas informações para fãs que já conhecem melhor o esporte. Também estudamos a possibilidade de levar a solução para organizações que promovem a modalidade, para ganhar mais exposição", detalha Brito.
Para a empresa o potencial do MMA é gigantesco. Além do UFC, a entidade mais renomada do esporte, novas organizações estão ganhando importância e seguidores, como Bellator e a brasileira Jungle Fight.
Para o futuro, a empresa já planeja uma segunda etapa para o seu negócio, criando uma plataforma mais aprofudada de análise de dados, essa voltada para profissionais e comissões técnicas do esporte.
"O plano é que ela funcione como um BI para o MMA, coletando dados históricos e da luta em tempo real, fornecendo análises preditivas para quem acompanha os combates", explica o sócio, ressaltando que a empresa buscará investimentos para tocar esta segunda fase.
A iniciativa da Fight Analytics em alinhar inteligência e tecnologia pode ser algo novo para o MMA, mas para outros esportes este caminho já começou a ser trilhado.
Um exemplo significativo do uso de tecnologia nos esportes é a participação de nomes grandes da TI, como SAP e SAS, na criação de ferramentas de analytics. A SAP criou a plataforma NBA Stats, enquanto o SAS fornece seus serviços para a MLS, liga norte-americana de futebol.
No Brasil, o exemplo mais badalado foi o do Grêmio, que no ano ado adotou o Match Insights da SAP, ferramenta de analytics que ajudou a Alemanha a ganhar a Copa do Mundo no ano ado.