
Positivo apresentou números no vermelho. Foto: Pixabay.
A Positivo Tecnologia, fabricante de PCs e smartphones, fechou o ano ado registrando um prejuízo de R$ 47,6 milhões, frente a um resultado positivo de R$ 8,8 milhões em 2016.
Em sua divulgação de resultados, a companhia atribui o prejuízo ao fato de um estado não ter pagado um lote de notebooks para fins educacionais, um “episódio inédito”.
A Positivo frisa que sem esse calote a empresa teria ficado no azul, com um lucro de R$ 4,4 milhões, ainda assim, 50% menor que o obtido em 2016.
Outra situação que teve impacto foi o fechamento da fábrica localizada na Terra do Fogo, sul da Argentina, depois que o governo local facilitou a importação de computadores, tornando o investimento inviável. O fechamento teve um impacto de R$ 5,4 milhões.
De maneira geral, a companhia cresceu 9,6%, para R$ 1,9 bilhão um resultado melhor que o de 2016, quando a empresa cresceu 5,3% e um sinal de que a empresa superou os anos de desaceleração de 2015 (-20%) e 2014 (-9,2%).
O resultado foi puxado pelas vendas de computadores, que voltaram a crescer no ano que ou, após seguidos tombos desde 2014. Foi um avanço de 71,3% ante 2016, bem acima da média de mercado de 15,6%, de acordo com dados do IDC.
Essa alta foi puxada principalmente pelo setor público, que comprou 344,9% mais aparelhos da empresa em 2017. O segmento de governo aumentou as compras em 121%, um ritmo muito superior ao varejo, no qual o crescimento foi de 28,5%.
O crescimento era esperado após anos de derretimento do mercado de PCs: entre 2014 e 2016, período em que o mercado contraiu 67,8%, deixando boa parte do parque de computadores do país com máquinas envelhecidas.
Ainda em janeiro, o mercado cresceu 37% frente ao mesmo mês do ano anterior.
O problema para a Positivo é que essa recuperação do mercado de PCs pode ser um soluço, em um segmento que está condenado ao declínio ou à estagnação no longo prazo.
Para combater isso, a Positivo coloca suas fichas para o futuro no mercado de celulares.
Em 2015, a empresa criou a Quantum, uma marca focada em disputar o mercado de equipamentos intermediários para competir na faixa povoada por empresas asiáticas como Asus.
O problema é que o desempenho nesse mercado está deixando a desejar.
A companhia teve retração de 26% no volume de aparelhos vendidos. Foram 1,7 milhão de celulares vendidos, dos quais, 1,1 milhão smartphones e 249 mil, feature phones.
Segundo a empresa, os concorrentes menores sofreram com a guerra de preços promovida pelas grandes companhias do segmento, que já concentravam 70% do mercado brasileiro e agora tem 80%.