
A Procergs empossou sua nova diretoria nesta quarta-feira, 24. Foto: Divulgação.
A Procergs, estatal de processamento de dados do Rio Grande do Sul, deu posse a sua nova diretoria nesta quarta-feira, 24, com um nome importante faltando: o do novo presidente, que ainda não pode tomar posse.
A posse sem presidente, um fato para o qual a reportagem do Baguete não lembra de precedentes nas transições de governo, pode ser justificada pelas exigências impostas pela nova Lei de Estatais, que tem complicado os processos de nomeação.
O secretário de Governança e Gestão Estratégia do Estado, Cláudio Gastal, garantiu que já existe um nome para o cargo e que ele deve ser anunciado na próxima semana.
Segundo Gastal, o novo presidente é um nome de mercado que trará foco para o trabalho de transformação digital da Procergs. O executivo conta com experiência internacional e já atuou nos segmentos de varejo e indústria.
Enquanto não assume o novo presidente, atua como interino Josué de Souza Barbosa, que tomou posse como diretor de inovação e relacionamento com clientes.
Além dele, a diretoria é composta por Paulo César Verardi, diretor istrativo e financeiro e Karen Maria Gross Lopes, diretora técnica.
Neste ano, Barbosa deixou o cargo de secretário de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul. Entre 2007 e 2010, foi secretário-adjunto e diretor-geral da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai).
Barbosa também foi chefe da Casa Civil e coordenador da Assessoria Técnica e de Planejamento da Secretaria da Fazenda.
Verardi é formado em istração de empresas, com pós-graduação em marketing. O executivo já ou por empresas como Vonpar e Ribeiro Jung além de ter uma longa carreira vinculada ao futebol: ou por diferentes cargos executivos no Grêmio, foi diretor de marketing do Athletico-PR e também do Coritiba.
Já Lopes está na Procergs desde 1986. A executiva atua na prospecção e venda de soluções de governo eletrônico para todos os órgãos do Governo do Estado do RS. Entre 2009 e 2010, atuou na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão como diretora de modernização da gestão pública.
Durante a posse dos novos diretores, Gastal garantiu também a continuidade da Procergs.
“A Procergs precisa se reinventar e se redefinir como entidade para tomar uma posição de protagonismo na estratégia de governo. Não tem como fazer um governo digital sem o instrumento de execução, que é o caso da Procergs. Ela é necessária, então não vou ser alguém que diz para vender ou fechar”, destaca Gastal.
Muitos estados brasileiros tem empresas como a Procergs, criadas nos anos 1970 e 1980 para lidar com a crescente informatização do governo.
A necessidade de manter tais estruturas está sendo revista, em um momento em que muitos estados precisam fazer cortes de gastos e o mercado privado de tecnologia é muito diferente do que era no ado.
O governo do Mato Grosso, por exemplo, está considerando a possibilidade de fechar as portas da estatal estadual de tecnologia, a Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI).
O presidente de saída na Procergs, Antônio Ramos, fez uma avaliação realista das dificuldades de entregar os resultados esperados com uma companhia que enfrenta as limitações vistas na Procergs.
“Não é fácil transformar uma empresa pública que tem funcionários celetistas. Como que se contrata competências novas, como cientistas de dados ou especialistas em IA? Por concurso, em início de carreira? Baseado em um plano de cargos e salários que não tem mais a ver com o novo cenário tecnológico? Temos desafios como fazer inovação em uma empresa com média de idade de quase 50 anos e funções extintas”, afirma Ramos.