
Deborah Pilla Villela.
Deborah Pilla Villela renunciou ao cargo de vice presidente da Procergs, estatal gaúcha de processamento de dados, nesta sexta-feira, 29.
Deborah decidiu sair por incerteza quanto a legalidade da sua permanência na companhia com a entrada em vigor no final do mês da Lei 13.303, conhecida como Lei das Estatais.
A lei proíbe, por exemplo, indicação de dirigentes políticos e de parlamentares (mesmo licenciados) a cargos de presidente, diretor e membro de conselho de istração de estatais.
Não está muito claro qual será a interpretação dos órgãos de controle sobre a indicação de pessoas ligadas a políticos, o caso de Deborah, que é filha do vereador Guilherme Villela, ex-prefeito de Porto Alegre e uma figura importante do PP gaúcho.
A VP da Procergs disse ter ouvido “interpretações diferentes” sobre a sua permanência, tendo “optado por sair”.
Pode ter colaborado a proximidade das eleições e a probabilidade de uma mudança nos quadros de gestão da estatal pelo novo governo. Não será nomeada outra pessoa para o cargo de VP, que ará a ser acumulado pelo presidente, Antonio Ramos Gomes.
“Saio certa de que foi possível fazer um trabalho sério e correto, com inúmeras ações de inovação”, afirma Deborah, que assumiu o cargo de VP no começo da gestão do governador José Ivo Sartori (PMDB).
Deborah segue sendo diretora de governança e Qualidade da Sucesu-RS, uma associação de usuários de informática do Rio Grande do Sul.
Deborah assumiu o cargo público em 2012, quando entrou no gabinete de Inovação e Tecnologia da Prefeitura de Porto Alegre (Inovapoa), um órgão de fomento ao setor tecnológico da capital gaúcha.
A Lei das Estatais foi uma das primeiras medidas do governo Michel Temer, mas ainda há muita confusão sobre sua implantação.
De acordo com um levantamento do Ministério do Planejamento divulgado pelo Estadão, das 147 estatais da União, 84 não aprovaram as mudanças que tentam barrar ingerência política.
Recentemente, o Valor Econômico publicou um estudo feito pelo escritório de advocacia Cescon Barrieu que apontou um resultado melhor com 84 empresas em nível federal dentro do compliance para um grupo de 133 pesquisadas.
Já no caso de sociedades ligadas a estados, a lista de companhias que cumpriram as exigências se limita a dez, uma fatia de 6,9% de um universo de 145.