Leandro Pires e Silva (Foto: Divulgação)
Nos primeiros meses de cada ano, grandes empresas de tecnologia e consultorias de negócios costumam reunir estudos e pesquisas com o objetivo de conceber projeções sobre as tendências que têm potencial para impactar o cotidiano do ambiente corporativo. No que diz respeito à inteligência artificial, um dos temas mais relevantes do momento, não faltam indicações de direções a seguir. No entanto, será que as empresas estão preparadas para incorporar essas inovações em suas operações?
O Institute for Business Value (IBV) da IBM, em parceria com a Oxford Economics, entrevistou 400 líderes globais de 17 setores e seis regiões geográficas, e descobriu que, embora 77% dos executivos concordam que é necessário adotar a IA generativa rapidamente para não ficar atrás dos concorrentes, apenas 25% acreditam que sua infraestrutura de TI está pronta para essa transição.
Com base nas informações que coletei no final de 2024 e no início de 2025, fiz uma curadoria das tendências mais relevantes relacionadas à inteligência artificial aplicada aos negócios, priorizando aquelas que são factíveis dentro da realidade corporativa brasileira. Confira.
1) A chegada da IA multimodal
Destacada no Relatório de Tendências de Negócios de IA de 2025 do Google Cloud, a IA multimodal pode ser classificada como um modelo mais avançado em relação à inteligência artificial tradicional. Isso ocorre porque ela se configura como um sistema de machine learning capaz de processar e integrar informações de múltiplas modalidades, como texto, imagem, áudio, vídeo e outras formas de entrada sensorial. De acordo com o Google Cloud, a IA multimodal possibilitará interações mais intuitivas, uma vez que sua abordagem é centrada no ser humano. Essa tecnologia é capaz de considerar sinais não verbais, como tom de voz e expressões faciais, em conjunto com as palavras faladas, proporcionando uma compreensão mais sutil das nuances de sentimento e humor do usuário.
2) Popularização da Agentic AI
O primeiro apontamento do relatório de tendências da IBM destaca que a Agentic AI combina diferentes técnicas, modelos e abordagens de inteligência artificial, possibilitando a criação de uma nova geração de agentes autônomos. Esses agentes têm a capacidade de analisar dados, definir metas e agir para alcançá-las, tudo isso com cada vez menos supervisão humana. Os sistemas de Agentic AI utilizam grandes volumes de dados provenientes de diversas fontes para analisar desafios de forma independente, desenvolver estratégias e executar tarefas, incluindo a otimização da cadeia de suprimentos e a análise de vulnerabilidades de segurança, entre outras aplicações. Segundo o relatório da IBM, 77% dos executivos acreditam que a Agentic AI permitirá que, já em 2026, robôs assistentes sejam responsáveis por determinados fluxos de trabalho nas organizações, atuando de forma totalmente autônoma.
3) Mensuração dos resultados da IA generativa
Conforme exposto em uma recente matéria do MIT Sloan Management Review, publicado pelo Massachusetts Institute of Technology, este é o momento de mensurar os resultados dos experimentos com a IA generativa. Ao avaliar seus ganhos em produtividade, a Goldman Sachs registrou um aumento de 20% na produtividade de seus colaboradores. Estudos semelhantes também identificaram fatores contingentes que influenciam a produtividade. Trabalhadores de perfil júnior, em setores como atendimento ao cliente e consultoria, aram a ser melhor remunerados, enquanto profissionais sêniores apresentam desempenho superior em suas respectivas tarefas, impactando diretamente a receita das empresas.
*Por Leandro Pires e Silva, CEO da NovaHaus.