
Pascoal Baldasso, diretor executivo da ADTsys
Quem já tentou comprar uma agem ou outro produto em uma promoção na internet e ficou empenhado pela indisponibilidade do site sabe que o mau planejamento em infra de TI pode transformar uma campanha tiro certo nas mídias sociais em um tiro no pé.
E a ADTsys, empresa com sede em São Paulo e escritório em Porto Alegre, acredita que achou a solução: não só planejar, mas simular, ações digitais.
“É o caso de uma grande varejista que anunciou seu saldão online em ficou apenas duas horas no ar. Temos que planejar e monitorar essas ações, se não, o trabalho de meses de planejamento vai pro lixo”, diz Pascoal Baldasso, diretor-executivo da ADTsys.
A empresa tem hoje 75% do faturamento dos clientes em cloud computing - sendo que, deste percentual, 45% vem de campanhas digitais.
Entre os clientes estão marcas como Fiat, Sadia, Cyrela e Gatorade.
Como funciona
O trabalho da ADTsys consiste em identificar o ambiente ideal para ar o tráfego oriundo de uma campanha em redes sociais.
“Não temos nada a ver com Twitter e Facebook. Mas quando os usuários saem desses sites para o site do cliente é que entramos, garantindo a estabilidade da ação”, diz Baldasso.
Baldasso e sua equipe criam um ambiente virtual para simular o o e executar testes de estresse, como se a campanha estivesse em andamento. Isso é feito para prever a infraestrutura básica do serviço que será necessária.
“Temos 22 servidores do mundo todo nos dando e”, explica o diretor.
De olho nos cliques
Durante as campanhas, a estrutura preparada é monitorada. Caso a ação supere as expectativas, mais espaço em rede pode ser obtido. Hoje, a ADTsys usa os serviços da Amazon para garantir elasticidade.
Segundo o executivo, os parâmetros variam de campanha para campanha.
Algumas ações, relata Baldasso, se defendem apenas com os pageviews. Outras, incluem tempo de permanência nas páginas, validação de dados dos clientes (e-commerce) ou mesmo vídeos.
No embalo do mercado digital
O serviço tem ajudado a ADTsys.
Criada em 2009, a empresa multiplicou por 10 o seu faturamento em 2010 e cresceu 215% em 2011, chegando a R$ 1,8 milhão.
A previsão é de manter o crescimento acima de 100% até 2015.
Em três anos, o segmento de campanhas deve corresponder a 50% do faturamento com nuvem.
O que 2015 tem de especial? “É o ritmo que o mercado digital deverá manter, segundo estudos”, comenta Baldasso.
Hoje, diz o executivo, o orçamento das agências geralmente tem 16% reservados à campanhas digitais. Até 2015, essa fatia deve crescer para a metade do orçamento.
Em 2010, a internet ficou com 4,49% do gasto com publicidade no Brasil, com volume nominal de R$ 1,23 bilhão e alta de 29% sobre 2009, de acordo com levantamento do Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil). Para 2011, previsão era de alta de 25%.
Caso a cifra se confirme, a propaganda virtual ará a responder por, pelo menos, 6% do bolo publicitário brasileiro.
A projeção do IAB Brasil é que o percentual salte para 10% nos próximos anos.
Para Baldasso, as previsões se confirmarão, graças à consumerização, às redes sociais e aos dispositivos móveis.
“E tudo isso pode ser monitorado ou utilizado por nós como recurso”, comemora.
Além disso, previsões do T-Index, índice estatístico que indica a participação de vendas online de cada país no mercado mundial, apontam o Brasil como o quarto maior e-commerce em 2015.
O Brasil é, atualmente, o sexto colocado entre os dez com maior potencial de vendas pela web, atrás dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e França.