
Daniel Mazini, presidente da Amazon no Brasil. Foto: Divulgação
A Amazon pretende ampliar de 62 para 100 (cerca de 61%) o número de estações de entrega (mini centros de distribuição) no Brasil em 2024 para realizar a entrega de última milha por meio de motos ou VANs.
Atualmente, as estações com cerca de 1 mil metros quadrados estão espalhadas por diversas cidades brasileiras.
Em São Paulo, alguns dos mini-CDs ficam no bairro da Lapa, Guarulhos, Embu das Artes e Paraisópolis, uma das maiores favelas da cidade.
Conforme Daniel Mazini, presidente da Amazon no Brasil, as estações são consideradas estratégicas pois melhoram o prazo de entrega na região, criando um efeito multiplicador.
“Possivelmente, esse número deve ser ainda maior. Essas estações agilizam bastante a entrega. E, quando abro, entrego mais rápido, o que aumenta os pedidos na região e, então, preciso abrir mais. É quase que uma profecia autorrealizável", explicou Mazini para o NeoFeed.
Segundo a publicação, o plano faz parte do movimento de grande parte das empresas de e-commerce: ter controle total de entregas para evitar problemas com terceiros, como transportadoras ou Correios.
Os Correios, por exemplo, tiveram o anúncio de uma greve com duração indeterminada em São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Região, Tocantins e Maranhão a partir da última quinta-feira, 23, véspera da Black Friday.
Para controlar a situação, a direção da empresa apresentou um Termo Aditivo às negociações trabalhistas. Esse documento foi analisado pelos sindicatos e agora segue para apreciação nas assembleias.
A operação logística da Amazon, que opera pelo nome de Amazon Logistics, vem sendo reforçada em diversas áreas.
A empresa conta com 10 centros de distribuição no Brasil e já havia aumentado o número de estações de entrega de 12 para 62 neste ano. Além disso, aumentou de quatro para 25 o número de voos com a companhia aérea Azul.
Atualmente, a Amazon faz entregas em até um dia para 200 cidades e em até dois dias para 1 mil cidades brasileiras.
Outra estratégia presente no avanço logístico da empresa é aumentar o número de vendas por terceiros em seu marketplace.
Globalmente, cerca de 65% das vendas da Amazon são feitas por terceiros. No Brasil, a companhia conta com 60 mil sellers e a expectativa é aumentar esse número, além de fazê-los utilizar os serviços de fullfilment — coleta, armazenamento e entrega feitos pela Amazon.
Segundo Mazini, a empresa está "expandindo fortemente esses serviços para os vendedores" e espera se aproximar da média global. A varejista não divulga qual a porcentagem de vendas feitas por terceiros no Brasil atualmente.
Fundada em 1994, a Amazon possui sede em Seattle, nos Estados Unidos, e tem negócios de e-commerce, computação em nuvem, streaming e inteligência artificial.
Em 2022, a big tech registrou receita de US$ 514 bilhões, frente aos US$ 470 bilhões do ano anterior. Avaliada em US$ 1,5 trilhão, a empresa é a maior varejista on-line do mundo.