
Representantes da Anati e do Ministério da Gestão. Foto: André Corrêa/MGI.
Os analistas de TI do governo federal terão um plano de carreira próprio, com reajustes salariais a serem parcelados ao longo dos próximos três anos.
É o resultado de uma reunião entre representantes do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Associação Nacional dos Analistas em TI.
A estruturação do plano de carreira depende agora do envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional.
“O acordo é a valorização de uma carreira que é e será, cada vez mais, essencial para a melhor prestação do serviço público à sociedade brasileira”, afirma o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Feijóo.
Na prática, o acordo estabelece que a “reestruturação da remuneração” dos servidores integrantes da carreira se dará em três parcelas: janeiro de 2024, janeiro de 2025 e em janeiro de 2026.
O governo federal não chegou a divulgar qual será afinal o reajuste, ou, para usar a linguagem mais cautelosa de Brasília, o resultado da "reestruturação da remuneração".
O acordo foi fechado no contexto de uma “mesa de negociação”, um instrumento criado pelo Ministério da Gestão para conversar com categorias específicas dentro da máquina pública.
Os analistas parecem estar no topo das prioridades. Essa foi a quarta mesa realizada pelo ministério desde o início do processo, em fevereiro.
Os dois anteriores foram firmados com os servidores da Funai e da Agência Nacional de Mineração e com os servidores da carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais.
EXPECTATIVAS ERAM ALTAS
As expectativas dos analistas de TI do governo federal eram altas.
Em abril do ano ado a Anati falava em salários base de R$ 16 mil para profissionais em início de carreira, podendo chegar a R$ 25 mil, segundo critérios de desempenho.
O valor ficava muito acima dos vencimentos básicos oferecidos hoje, que ficam entre R$ 2,2 mil a R$ 4,6 mil, com o valor final podendo chegar a R$ 9 mil.
Não se sabe se a Anati levou tudo que queria, mas a entidade tem lá os seus argumentos.
Segundo a Anati, existem hoje 430 analistas de TI atuando em 250 órgãos diferentes em Brasília, e o cargo teria um turnover de 50%, o que seria a “maior taxa de evasão” do executivo federal, com funcionários abandonando postos concursados por vagas na iniciativa privada com salários melhores, ou possibilidade de carreira internacional.
QUEM É A ANATI
Segundo o seu site, a entidade foi fundada em 2010. A atuação até agora vinha sendo discreta. Pelo perfil da diretoria, a Anati tem entre suas fileiras servidores públicos relativamente recentes (quatro dos cinco diretores têm menos de 10 anos de Brasília).
Thiago Aquino, o presidente, tem um perfil bastante típico, tendo entrado na carreira pública em 2016, ao começar como chefe de infraestrutura no Ministério da Justiça, ando em 2022 para o Ministério do Trabalho.