
Ricardo Dias, vice-presidente de marketing da Ambev e Anitta Foto: Fernando Souza
Anitta, uma das cantoras mais populares do Brasil no momento, acaba de iniciar uma carreira corporativa, assumindo o cargo de líder de Criatividade e Inovação da Beats, uma cerveja da Skol voltada para o público jovem.
Em nota, a Skol afirma que se trata de um “feat inédito no país” e que a artista deve “assumir a linha de frente de inovação e criatividade da marca, cocriando estratégias, lançamento de produtos autorais e tudo que envolve o universo de Beats”.
“Gosto de ampliar todas as possibilidades da minha carreira e poder co-criar uma marca como Beats, que sempre fui apaixonada, é algo que me deixa cheia de orgulho. Adoro desafios que me forcem a fazer coisas novas, sair do meu quadrado e Beats me deu essa liberdade. Estou muito feliz”, disse Anitta.
Provavelmente, a Skol está dando um lustre estratégico no que é no fundo uma ação de licenciamento com o nome de Anitta. Vem aí uma versão da Skol Beats inspirada no no funk carioca com lançamento previsto para outubro.
De todas formas, Anitta vem dando provas de não ser apenas um rostinho bonito. Em junho, a jovem de 26 anos foi um dos keynotes do Universo Totvs, evento para clientes da Totvs, durante o qual explicou seu planejamento de carreira e as ideias para se transformar numa espécie de marca ambulante.
A tendência de recauchutar o velho garoto propaganda com um verniz corporativo já pegou faz tempo fora do Brasil.
Um dos primeiros cases do tipo é de 2011, quando a Intel nomeou o will.i.am, músico da banda Black Eyed Peas, para o cargo de diretor de Inovação Criativa da gigante de chips.
Em 2013, a Lenovo contratou o ator Ashton Kutcher como engenheiro de produto da empresa.
No Brasil, Anitta é o segundo case do tipo. Recentemente, o Singu, marketplace de serviços de beleza, fundado em 2016 por Tallis Gomes, ex-CEO da Easy Taxi, recebeu a atriz Deborah Secco como “sócia estratégica”.
A Singu não fala em valores, mas no envolvimento da atriz no time estratégico e de comunicação nas tomadas de decisões, convenções internas com as profissionais, mapeamento do público e pontos cruciais da parte criativa da empresa.